é cômico e irônico quando digo que odeio beber.
mas eu não consigo negar quando estou no meio deles, tanta cerveja, tanta vodka, tanto álcool e pouco de tu.
muito pouco de tu. a única coisa tua que ainda está ali, sou eu. puro, bebado ou sóbrio, sou eu.
sou teu.
odeio o gosto amargo, ácido que me enoja até as partes mais mortas de mim. me revira o estômago, não daquele jeito bom que tu faz, é horrendo e me faz querer jogar tudo pra fora.
mas não, tu não está ali então preciso suprir algo.
não te culpo por não estar aqui. muita arte precisa estar no meio de artistas, e aqui a única coisa que tem são jovens bagunçados e quebrados.
tu não merece estar aqui.
eu não sou jovem e não sou quebrado. mas sou bagunçado, tu sabe. e só me bagunça mais, acho que essa é a arte que tu faz em mim.
e se é ruim quando eu estou bebendo, é pior ainda quando a chuva bate na janela e eu lembro que preciso acordar.
abrir os olhos se torna a tarefa mais difícil do dia e quando finalmente consigo, me sinto tragicamente vivo.
dor de cabeça, me lembra que estou vivo. vivo longe de ti. mais injusto que isso, não pode ser.
e eu me recuso a tomar remédio, porque o único remédio que eu preciso é teu abraço, teu carinho, tua risada, tua voz. preciso dos teus lábios e dos teus olhos, de ti.
mas enquanto não te tenho, espero. pois amor, tu me tira a dor de cabeça e eu te tiro a roupa.
então vem e me faz sentir teu sabor de mel e cheiro de amêndoas, porque nem o gosto da cerveja me tira isso da cabeça.
álcool não é tu, taehyung. e por isso não gosto dele.
