Capítulo 17 - Kaayra

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Já estávamos na tarde do segundo dia de viagem. Fomos atacadas algumas vezes por grifos, harpias e uma ninfa maluca. Até o momento estava tranquilo, o pessoal estava até descansado e conseguíamos fazer uma refeição (pelo menos uma) juntos.
Eu estava ajudando Leo com o concerto de uns controles que haviam sido danificados no ataque de uma harpia.

Kaayra: onde estamos, mais ou menos?
Leo: próximo de Miami, na Flórida, e das ilhas Bahamas.
Kaayra: hmm... certo.
Leo: o que foi?
Kaayra: preocupada... no sonho que eu tive quando desmaiada, nós precisávamos passar pelo Panamá... Mas não faz sentido termos que fazer isso.
Leo: acho que logo teremos as respostas...

Percebi que ele estava escondendo algo, esperei um tempo antes de perguntar. Era fácil ajudar ele e, como ele sempre me apoiou muito, acho que nossa amizade é a mais forte que eu tenho. Depois da minha com Helena, é claro.

Kaayra: você teve algum sonho que não contou?
Leo: as vezes esqueço como você consegue perceber essas coisas...
Kaayra *rindo um pouco*: é isso que dá ficar tanto tempo sem visitar o acampamento. Mas sério, teve algum sonho?
Leo: na verdade, sim... uma mulher muito bonita, mas que aparentava ser uma seria de água, aparecia na frente do barco. Acho que lutávamos com ela, mas então tudo ficava escuro e aparecíamos em outro lugar. Havia dois caras também...
Kaayra: um cara que parecia ter minha idade e outro um lutador de MMA?
Leo: como...?
Kaayra: eles apareceram em sonhos meus...
Leo: são amigos ou inimigos...?
Kaayra: não sei dizer...

Terminei de ajudá-lo e fui para fora da "sala de controle". Fui até a amurada e fiquei olhando o mar, onde alguns golfinhos faziam suas acrobacias. Eram adoráveis. Helena veio até onde eu estava e olhou os golfinhos também.

Helena: eles são tão animados, credo.
Kaayra: e você é tão... desanimada.
Helena: *dou de ombros* eu sei ser animada, só não quero.
Kaayra: só não bato em ti, pois você é idosa.
Helena: *dou um tapa na nuca de Kay* eu não sou idosa!
Kaayra: mas age como uma...
Helena: idiota...
Kaayra: a idiota que você adora.
Helena: odeio quando você está certa.
Kaayra: te adoro também, querida amiga.

Ouvi um sussurro de uma voz diferente, algo estava se aproximando. Fui para o centro do convés da trirreme sendo encarada por Helena e Leo. Peguei a espada e aguardei, sentia o ar esquisito mas não sabia o que era exatamente.

Helena: o que foi?
Kaayra: não sei... tem algo estranho...

Senti uma energia se concentrando atrás de mim, tirei 3 facas de um dos bolsos do cinto e segurei a espada levantada ao nível do pescoço de um adulto ao mesmo tempo que atirava as facas de um jeito que poderiam acertar os braços e a barriga de alguém. Assim que as facas afastaram um pouco e terminei de levantar a espada, dois homens apareceram. Na ponta da espada o homem com porte de lutador apareceu, ficando com a espada no pescoço, e o rapaz apareceu onde as facas estavam, sendo perfurado nos braços e na barriga.
Eu olhava-os séria e o guerreiro em minha frente retribuía meu olhar. O mesmo cuspiu um pouco de sangue e o outro gritou (um grito levemente de menininha) com o choque das facas no corpo e curvou-se, cuspindo um quantidade considerável de sangue no convés. Acho que o grito dele foi alto demais, pois Annabeth e Hazel vieram para o convés correndo e com armas a postos.

Helena: pelo menos as aulas de mira serviram pra alguma coisa.
Kaayra: não é uma boa hora pros seus comentários... "amigáveis".
Helena: *dou de ombros* sempre é uma boa hora pra rir de um passarinho
Arthur: *falando com leve dificuldade* perdão, mas me chamou do que?
Helena: *reviro os olhos* P A S S A R I N H O, tá surdo é?

Leo jogou uma bola de fogo na direção do brutamontes, que desviou e falou pela primeira vez comigo, parecia estar com leve instinto protetor em relação ao garoto atrás dele.

Urakin: Olha por onde atira essas coisas, criança
Kaayra: *abaixo a espada* eu não sou criança, seu brutamontes ridículo.
Leo: *gritando da sala de controles* quem deixou o Brutamontes de MMA entrar no Mini Leo?
Hazel: Mini o que?
Leo: Mini Leo. *falo zoando sobre essa parte* A Aquagirl não me deu o nome do barco, então eu chamei de mini Leo.
Helena: Por Hades, isso tá melhor que novela mexicana *continuo a rir*
Kaayra: *perdendo a paciência* continua a rir que você vai parar no fundo do mar.
Helena: *mostro a língua pra ela* deixa eu ser feliz pô.
Urakin: *gritando* meu nome é Urakin, seu projeto de fósforo!
Leo: sim, Sim, foi o que eu disse MMA
Kaayra: e Leo, eu te falei sim o nome do barco.
Leo: sim, é mini Leo
Kaayra: desisto. Vocês dois, se apresentem e digam suas intenções.

Peguei mais duas facas de meus bolsos e deixei elas apontada na região do coração de ambos.

Urakin: eu só respondo, pois você é minha missão.
Helena: eca, que fala brega.
Kaayra: *reviro os olhos* Helena, mais uma e te jogo pra um tubarão.
Arthur: calma pessoal... *usando as habilidades de Ofanim pra convencer todos a ficarem calmos* vamos ficar calmos e resolver isso calmamente. Eu me chamo Arthur, a Cura dos Jovens, e esse é Urakin, o Punho de Deus.

O tal Arthur estava usando algo de estranho em nós, pois de fato todos estavam calmos demais. Mas... parecia que aquilo não havia afetado a mim ou o anjo de MMA.

Kaayra: quem enviou vocês?
Urakin: Arcanjo Gabriel. Fomos enviados para auxiliar você em sua missão... somos anjos, como você já deve saber.
Leo: e então Aquagirl, confiar ou não confiar?
Arthur: não iremos fazer mal a vocês, por que machucaríamos aqueles que viemos auxiliar?

Pensei por um momento e cheguei a conclusão de que podia dar certa confiança a eles, mas não total. Aproximei de novo do tal Urakin e coloquei a espada no corte do pescoço, só que um pouco mais fundo agora, fazendo ele cuspir mais sangue na espada, e atirei as facas nos ombros do tal Arthur.

Kaayra: façam uma coisa suspeita ou machuquem um de meus amigos, e eu matarei vocês e darei seus corpos aos tubarões.

E então tirei a espada e as facas deles.

Um Milagre Entre SemideusesOnde histórias criam vida. Descubra agora