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Janet

Yeosu, Julho de 1687

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Yeosu, Julho de 1687


As coisas perderam a cor e sua alegria, cada emoção feliz ou qualquer satisfação na vida se foram com as palavras rabiscadas naquela pequena carta. Nada superou a dor e mesmo após seis meses em luto, aquele dia parecia ter sido ontem.

A mansão de campo onde o antigo marquês residia fora fechada por um tempo. Aquela fazenda era um doce lugar de se viver, mas o encanto dela não atingira mais meu coração. Fora no mesmo lugar onde tive às duas perdas mais tenebrosas, em que partes do meu peito se arrancaram e tomaram espaço entre as covas distantes.

A perda da minha mãe ganhara uma cicatriz depois do casamento, pois novos problemas a substituíram, mas não tornou-se esquecida em lua alguma. Assim como deixamos permanecer nos aposentos de Merídia, todas as suas coisas em seu estado e ordem, do mesmo modo fora feito com Hassun.

A tristeza pela perda não vinha ao acordar ou ao dormir, mas enquanto tomava uma refeição no jardim, por costume dela, quando lia na mesa da janela no escritório, por costume dele. Ao cultivar os vasos plantados e levar doações de frutíferas nas sobras para famílias necessitadas do marquesado, seguindo o hábito da Jung, ou praticando os princípios dos provérbios para tratar o próximo, seguindo o hábito do velho Jung.

Ainda que fosse precoce, tive o privilégio de ser amada e ensinada por dois tutores que mantinham a pureza em suas intenções e não se apartavam da empatia como humanos. Um lar em que foi aprendido o caminho do respeito e das conquistas relevantes para viver, não perfeitamente, mas em humanidade e retidão.

Uma casa que houvesse a companhia que todo ser necessitava, aquela que segurasse em seus braços e o erguesse do chão sujo, que usasse o ombro como apoio e o ensinasse a andar novamente com seus pés. Todos nós um dia precisaríamos desta ajuda, e Taehyung o tornou-se para mim.

Ah, ele não me levantou, mas sujou-se no chão e lamentou comigo. Não pediu para interromper o meu choro, mas incentivou-me a continuar. Era minha única forma de retirar o peso daquela angústia de dentro. Eu acordaria melhor no outro dia, ele repetia. Sim, realmente eu acordava melhor, mas ainda havia um resquício, mas não com a mesma duração de ontem, era menor.

O tempo estava me ajudando a superar.

─ Aqui está seu vestido senhora, o senhor Kim já está na mansão. Quer que eu mande preparara o jantar ou irão sem comer nada para a cerimônia?

O tecido era alegre, claro, apaixonante. Seria um escárnio portar aquela roupa.

─ Ainda estou de luto.

MARQUESA • kthOnde histórias criam vida. Descubra agora