Voltei para o bar com a cabeça tinindo de pensamentos adversos.
Eu queria ir atrás dela e implorar que me ouvisse, mas eu nem conseguia organizar minha mente.
O que Karol falou era muito sério, mas não pelos motivos que ela pensava, mas sim por tudo o que ela deve ter passado, o quanto sofreu e sofre, a dor que dilacera seu peito em mil pedaços e destrói a alma mais bonita que já conheci.Por isso eu notei a tristeza profunda em seu olhar quando falou do bebê que Valentina esperava, por isso ficou tão magoada quando falei que ela seria uma péssima mãe, por isso ela não quis fazer planos comigo...
Por isso eu a perdi de novo.
Sentei na cadeira do meu escritório e encarei a caneta azul que estava entre meus dedos.
Karol...
Eu nunca iria imaginar algo assim...
Parecia que eu nunca a conhecia o suficiente e a cada descoberta ela ficava mais distante, mais inalcançável.
Bufei, sentindo-me frustrado.
A porta se abriu de repente e eu me assustei, derrubando a caneta no chão.
─ Ah foi mal. – Michael disse, parando na soleira da porta. ─ Me disseram que você tinha saído do bar, então eu vim buscar uns papéis que esqueci.
Apontei pra mesa.
─ Pode pegar.
Ele titubeou um pouco, mas acabou entrando na sala e vindo até a mesa, remexeu algumas pastas até encontrar os papéis que queria.
─ Já assinou os documentos que o contador pediu? – Indagou sem me olhar, concentrado na pasta que tinha nas mãos. – É pra amanhã bem cedo.
─ Os deixei na sala lá embaixo, mas sim, já os assinei.
Michael assentiu vagamente e ergueu os olhos pra mim, fitando-me com desconfiança.
Apesar de tudo, ele me conhecia perfeitamente.
─ Aconteceu alguma coisa? – Perguntou de má vontade.
Me remexi na cadeira.
─ Nada. – Menti.
Ele suspirou pesadamente e rolou os olhos como se estivesse cansado ou sem paciência.
─ Eu sei que brigamos, mas eu ainda conheço você muito bem. – Apertou os lábios, ainda me encarando. ─ Não é que eu esteja dizendo que quero fazer às pazes, mas ainda pode contar comigo, caso precise.
Um sorriso cansado escapou dos meus lábios.
Michael sempre foi a parte da amizade que ia manobrar a situação até que pudéssemos voltar a nos entender quando brigávamos, por isso era tão difícil estarmos afastados; entretanto, desta vez, as coisas aconteceram de uma maneira muito intensa e o peso da discussão que tivemos ainda pairava sobre nós.
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Monarquia dos Cafajestes (Pausada)
FanfictionA emocionante sequência de Império da Sedução. * Entre traumas irreparáveis e dores que nunca serão esquecidas, Ruggero Pasquarelli se tornou o homem que é, incapaz de domar os instintos, dominado por todos seus fantasmas e sombras que, como num pas...