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Violeta não precisava saber que eu mataria toda a sua família

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Violeta não precisava saber que eu mataria toda a sua família.

Durante o mês em que estive fora, visitando Escobar no Brasil, recebi informações de minhas sicários de que as fufurufas arrumaram um casamento horrível para minha noiva: as flores eram os mesmos arranjos enviados para cemitérios, bolo pequeno, comidas de um buffet de segunda linha, e o vestido de noiva, segundo Melina, foi emprestado.

O casamento do jefe deve ser um momento grandioso.

Ordenei que elas cuidassem de tudo, incluindo o vestido de noiva de Violeta. Como ela era muito baixa e magra, inferi suas medidas e enviei a Cordelia. Elas deveriam preparar uma cerimônia de acordo com o que elas conheciam, por alto, daquela moça. Ela parecia uma flor em botão, prestes a quebrar. Uma muchacha frágil e sensível, que não deveria estar casando com um homem como eu.

Na verdade, Violeta Ibarra não deveria sequer viver no meio do cartel.

Por conta da audácia daquela gente, impedi Ibarra de conduzir a "filha" (maldito, nem tem o direito de ser considerado "padre") e pedi a Escobar que o fizesse. Mi jefe gostou da ideia; ele tem um senso de humor esquisito, nunca o entenderia. Caminhou com a noiva em meio a um tapete de flores brancas, tudo tão branco que me cegou. Acho que se deixassem, Cordelia e Melina mandariam pintar a grama de branco. La puta madre.

Não conseguia ver Violeta por trás do véu, e só pude observar minha esposa na hora do beijo. Ela tremia, e não era pouco. O medo, o horror do casamento comigo faziam-na quase desmaiar no altar. Eu era um homem ruim, mas jamais faria mal àquela muchacha, que já sofreu demais nas mãos daquela gente.

Imagino que tipo de loucura os desperdícios de ar dos Ibarra falaram para Violeta para que ela sequer olhasse para mim durante toda a festa. Ah, mas vou matá-los, e desta vez nem ela irá me impedir.

Enquanto cumprimentava a todos, percebi Ibarra nervoso, fungando. "Sem sua coca não vive, ¿viejo cornudo?". As irmãs dançavam como se fossem as donas da festa. Aproveitem, será a última dança de vocês, zorras. Olhei na direção de Cordelia e Melina, balançando a cabeça na direção de Violeta. Terminaria logo aquele teatro com a lua de mel.

Deixem que dancem, se fartem, se divirtam. Logo morrem, suas cabeças ficarão bem bonitas na porta de casa. 

 

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