7° Capítulo

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Camilla Barreto

Ja era três horas da tarde quando decidi por mim mesma que eu merecia uma pausa. Nicolas assumiu a empresa de nossos pais, eu e Bruna criamos nossa própria empresa de roupas,  tendo como modelos principais, Aisha e agora Nanda. Bruna trabalhava na parte da contabilidade junto com Kaiky, Jonathan é nosso fotógrafo chefe e eu sou a CEO, assino papeis, vou a reuniões, tomo decisões,  apesar que para tomar qualquer decisão eu sempre pergunto a minha equipe fantástica primeiro.

Olhei uma foto que estava no mural da minha sala, era a foto do meu casamento, na foto estava eu, a Bruna e a Aisha, mas eu não me reconheci, não reconheci minhas melhores amigas, ao lado estava também uma foto nossa, de dois meses atrás, respirei fundo, peguei meu celular e fui no nosso grupo que ja estava parado a um bom tempo, ja que sempre falávamos no grupo que estava todo mundo.

Mensagem ON.

Trix 😉🌚🌸

Camilla Barreto: Reunião urgente e obrigatória, no Starbucks em 20 minutos.

Ice 🌚❤ (Aisha): Estarei lá

Darcy 🌚❤ (Bruna): Saio daqui em 10 minutos.

Mensagem OFF

Eu senti falta de quando era só nós, mesmo o pequeno tempo que passamos juntas.

Peguei minha bolsa e saí da sala.

— Melry, cancele meu lanche das 16:00 por favor. — Melry era minha secretária a alguns anos, ela é competente, inteligente, muito eficiente, alem de ser gentil e sabe dar ótimos conselhos.

— Certo, a senhora voltará ainda hoje?

— Provavelmente, do contrário irei avisa-la. — Ela assentiu e eu chamei o elevador.

Depoia de alguns minutos ja estava em uma mesa específica no Starbucks.  Bruna foi a primeira a chegar.

— E então qual a emergência? — Ela usava, uma blusa de manga longa e uma calça social, azul escura, junto com seus belos saltos agulha, na cor preta.

— Deixa a Aisha chegar.— Ela assentiu e começamos a falar sobre assuntos aleatórios.

— Demorei mas cheguei. — Aisha chegou sorrindo e se sentando com a gente, chamamos o garçom e fizemos o pedido. — E então? Qual o grande motivo para reativar aquele grupo? Nem lembrava mais dele.

Eu sorri, pois também não me lembrava.

— Lembram dessa foto? — Peguei a foto do meu casamento e mostrei, na foto estavamos deitadas no chão formando um triangulo, e dentro dele formavamos uma estrela com os dedos.

— Meu Deus, ja faz tanto tempo. — Elas admiraram a foto por alguns minutos. — O que tem a foto. — Bruna perguntou. Tirei outra foto agora, que tiramos a alguns dias e mostrei.

— Estão vendo a diferença ? — Elas negaram, era como se estivessem cegas, e eu também estava. — Aisha, cadê o seu cabelo colorido? Luan nem te chama mais de Smurfette. Bruna, cadê suas tatuagens, você vive de blusa longa escondendo elas. Estamos criando cabelos brancos, mudamos muito, nos descuidamos muito, perdemos nossa essência, eu parei de usar piercing e nem percebi, vocês escondem suas tatuagens, sem notar, nosso cabelo voltou a cor natural, e eu não lembro d século que fizemos uma loucura juntas, como no meu chá de lingerie, ou no meu chá de cozinha. O que houve com a gente? — Elas ficaram caladas por alguns minutos, Aisha foi a primeira a se pronunciar.

— Filhas. Não queriamos que elas seguissem nossos passos, acho que seria mais um instinto materno.

— Concordo com a Aisha, fizemos tanta coisa na nossa infância aprontamos tanto, demos tanta dor de cabeça a nossa mãe...

— Bruna, lembra do dia que fomos escondidas para a festa da Karine? Levamos a maior bronca, mas nos divertimos tanto, e se não tivéssemos ido, não teríamos descoberto a passagem. — Ela sorriu, provavelmente lembrando. — Aisha, lembra do intercâmbio? Quando pulamos o muro da escola pra ir ficar com os meninos? Levamos suspensão por 3 dias e a maior bronca, e mesmo assim não nos divertimos? — Ela sorriu. — Temos marcas psicológicas da nossa bela infância, temos marcas carnais das nossas maiores loucuras. — Me referi as tatuagens e aos piercings. — Porque estamos escondendo isso dos nossos filhos? Não lembro o século que ficamos de biquíni em uma piscina ou praia, estamos em plena sexta feira trabalhando, nós crescemos, casamos, viramos mães e empresárias, mas não é por isso que devemos deixar de ser quem somos.

Elas refletiram por um segundo.

— Você tem razão. — Aisha falou. — Irei pintar meu cabelo de novo, sinto tanta falta das cores nele, do brilho, era o que me destacava na passarela, hoje sou só uma modelo normal. — Ela revirou os olhos. — Eu nem sou normal. Vou abrir o furo do meu umbigo, e o do nariz. E vou fazer o nome da Jaque no ombro. — Sua voz continha animação, era como se fosse apenas o empurrão que ela precisasse para ser quem era.

— Vocês estão certas, vou realçar minhas mechas loiras, reabrir os furos da orelha, e mostrar minhas lindas tatuagens. — Ela estava tão animada quanto nós.

— Vamos  fazer isso, mas vamos fazer com as nossas filhas, pra elas verem que não precisam ter medo de nos contar quando fizerem besteira, apesar que ja fizeram muitas. — Bati na testa lembrando das vezes que fomos chamadas na direção da escola. Brenda, um pouco agressiva de mais, vive descontando sua raiva nos outros. Jaque gosta de ler na aula e não presta atenção, ja a minha capetinha, é da turma do fundão, aí ja viu né.

💭 Não sei como elas passaram de ano, do jeito que são encapetadas.

Sorri com meus pensamentos.

— Então vamos amanhã a tarde, é sábado e podemos tirar uma folga, ou remarcar para segunda nossos compromissos. — Aisha falou sorrindo, e tomando seu cappuccino.

— Sim, sim, e no domingo poderíamos ir para praia. — Bruna completou sorrindo e comendo um pedaço da sua torta de morango

— Perfeito. — Sorri para minhas amigas.

Conversamos por mais algum tempo e depois decidimos voltar para a empresa, adiantar o máximo de coisas possíveis, para não sobrar muita coisa pra  segunda. Quando deu 20:00 resolvi ir  pra casa.

— Pode tirar o sabado de folga Melry. Eu não virei, e você também não precisa vir. — Ja havia passado do meu horário e o de Melry também, mas ela insistiu em me ajudar nos últimos ajustes.

— Obrigado senhorita. Devo vir domingo?

— Não, não, pode aproveitar sua folga. — Melry era uma mulher bonita, com seus longos cabelos ruivos, meio ondulados, tinha altura mediana, eramos quase do mesmo tamanho, ela tem 28 anos. — Você vai sozinha? Quer uma carona? — Ela olhou ao redor.

— Não precisa senhorita, obrigado, mas meu noivo está me esperando. Ela apontou para um cara encostado em um carro, forcei um pouco minha vista e percebi que era Paulo, o antigo amigo de Nicolas. Ele estava vindo ao nosso encontro.

— Oi amor. — Abraçou Melry e lhe deu um selinho. — Nerd, quanto tempo. — Percebi o humor em sua voz, não era um insulto, ou uma zoação, era um jeito para que eu lembrasse dele.

— Olá princesinha. — Relembrei-lhe do dia da praia no qual lhe dei um belo tapa na cara. 

— Tantos apelidos para lembrar, porque logo esse?

— Porque é o mais legal. — Eu sorri— Foi bom revê-lo Paulo, apareça qualquer dia, Nicolas ficará feliz. Até segunda Melry. — Sorri para minha secretária e entrei no carro dirigindo até em casa.

《●●●》

*Continua...*

|05×01×2020|

Meu Amor ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora