ArmyArmy910138
A noite era espessa, abafada, como se o próprio ar estivesse preso entre nós dois. Mas nada era mais sufocante do que o olhar dele - firme, provocador, como uma faca cravada em mim.
- Você não se cansa de ser tão insuportável assim? - ele rosnou, a voz baixa, carregada de raiva contida.
- E por que eu deveria me importar? - retruquei, erguendo o queixo com arrogância. - Se esta
incomodado, que se retire.
O calor da sua pele parecia irradiar como brasas vivas. Sua respiração era densa, quente, cheia de algo que eu não sabia se era desejo ou ódio ..talvez os dois.
O cheiro dele me invadiu de um jeito cruel, despertando algo em mim que eu não queria sentir. Era errado. Mas era intenso.
- Você não faz ideia com quem está se metendo, seu merdinha - ele disse entre dentes, se aproximando demais. - Se fosse você, fechava bem essa boquinha antes de falar o que não deve.
Meu peito queimava, a raiva pulsando como um tambor dentro de mim. Mas eu não recuei. Nunca recuo.
- Você não manda em mim, seu idiota. Quer dar ordens? Vai mandar nas vagabundas que você fode por aí. Eu não sou uma delas.
O silêncio depois das palavras era quase ensurdecedor. A tensão entre nós era como uma corda esticada prestes a arrebentar - e eu não sabia se queria fugir... ou puxar mais para perto de mim