Dizem que toda família tem sua santa. Na minha, ela tem cabelos brancos, olhos violetas e um coração que não conhece o inferno. Chamam de pureza o que eu vejo como provocação. Me mandaram morar com ela e com a nossa avó, cadeirante e devota, sob a desculpa de que eu devia aprender o que é amor. Mas ninguém ensina o que não existe. Eu não sinto, não compreendo, não desejo nada além do que o silêncio me dá. Só que Sana sorri, e o vazio muda de forma. Agora eu passo os dias tentando entender em que momento o anjo começou a me olhar como alguém que devia ser salva. E o que eu estou disposta a fazer pra que ela nunca olhe pra mais ninguém.

Duas semanas atrás, duas mulheres mais lindas que já vi se mudaram para a casa da frente. Desde então, estive inquestionavelmente ciente de cada pequeno barulho que escuto vindo da casa vizinha. Cada som é uma dica de que elas podem estar do lado de fora, trabalhando em um dos seus carros na garagem ou aparando a grama apenas com uma bermuda e uma blusa curta, mostrando seus músculos. Delícia. Mas olhar é tudo que posso fazer. As duas estão bem fora da minha liga. Uma é uma loira maravilhosa com corpo de nadadora. A outra é uma morena linda, fina, parece uma modelo. E então, tem eu, comum, no mínimo. Nunca em um milhão de anos, imaginaria que elas apareceriam na minha porta. E o que elas querem é longe do convencional. ×=×÷×=×=] Essa é uma pequena história de ménage do pequeno livro "dois é demais pra você?", sem continuação!

Século XIX. O Velho Oeste respira poeira, ferrovia inacabada e uma lei que raramente alcança as ruas estreitas dos vilarejos. No centro desse cenário, Tzuyu mantém a imagem de honra. Dona do Saloon mais movimentado, recebe cumprimentos, tem a confiança do xerife e sustenta uma reputação de mulher respeitada. Para os olhos da cidade, ela é exemplo. Para quem atravessa o véu de sorrisos, existe poder demais guardado nas sombras. Sana chega de trem com passos resolutos e um brilho de elegância que desafia a aridez do deserto. Lenço de seda, cartas marcadas, frascos de elixir milagroso. Em poucas horas, atrai olhares, conquista mesa e arranca atenção. Ao cair da noite, o romance público de Tzuyu já não existe mais, desmontado pela forasteira que ninguém conseguiu ignorar. A partir desse encontro, tudo se torna pólvora. Parceiras por conveniência, rivais por instinto, as duas descobrem que cada aliança é frágil, cada palavra carrega miasma e cada segredo escondido pode valer mais do que ouro.

Na universidade de Hwayeon, onde os corredores longos e os sussurros antigos carregam mais do que apenas ecos acadêmicos, a professora Chou leva uma vida meticulosamente organizada, um casamento tranquilo, uma rotina confortável, uma paz cultivada com disciplina. Mas tudo começa a se desfazer no instante em que Minatozaki Sana atravessa seu caminho. Uma aluna recém-chegada, bolsista, discreta demais para ser apenas isso. Observadora demais para não estar buscando algo. Em um primeiro dia de chuva, silêncio e pequenos gestos, o que parecia banal revela o início de algo muito mais profundo e perigoso. Entre listas secretas, cadernos molhados e olhares que duram mais do que deveriam, nasce uma tensão que não se explica em voz alta. Tzuyu não sabe o que Sana quer. Sana já sabe o que Tzuyu será.

Minatozaki Sana achava que tinha superado Chou Tzuyu. Um término dramático, uma discussão no corredor do bloco de artes e ausência mútua desde então. Desde que separaram, Sana toca a vida do jeito que sabe: estudando, se entupindo de café e evitando qualquer garota que a lembre da ex. Funcionava perfeitamente, até o curso decidir que a melhor dupla para um ensaio sobre intimidade seriam duas ex-namoradas que (quase) mal se suportam. Agora, elas têm dez semanas para dividir câmeras, locações e uma quantidade imprópria de constrangimento não resolvido. Sana insiste que está tudo bem. Tzuyu age como se nunca tivesse sido um problema. A proposta era manter a compostura. O problema é que Tzuyu sempre teve talento pra atrapalhar planos.

Onde Minatozaki Sana está apenas em mais um dia normal dormindo em sua cama e acaba acordando por acaso achando uma garota ao seu lado.....

[Finalizada] 🍦 Chou Tzuyu, foi demitida após trabalhar para uma empresa durante 10 anos. O motivo: suas frequentes crises de TEI (Transtorno Explosivo Intermitente) uma desordem comportamental caracterizada por explosões de raiva e violência. Tentou por diversas vezes regressar ao ramo executivo, mas, não obteve sucesso. Falida e no auge dos seus 32 anos, a única opção que lhe restou fora trabalhar para uma sorveteria, onde conhecera Minatozaki Sana, uma jovem de apenas 22 anos que trabalhava duro para ajudar seus pais. 🍰 Adaptação autorizada por @Lariekookie