Heliamphora
Em uma cidade pequena demais para chamar atenção, as crianças começam a ouvir uma canção que nenhum adulto escuta.
Não é ameaçadora. Não no início.
É um convite para brincar.
Enquanto pais e professores tratam o fenômeno como imaginação infantil, desenhos estranhos surgem, encontros noturnos se repetem e uma roda passa a se formar sempre no mesmo horário. No centro dela, há algo que não deveria estar ali. Algo que sorri.
Paul percebe tarde demais que a canção não é apenas uma brincadeira, mas um ritual antigo, construído com risos, mãos dadas e silêncio obediente. Ao tentar interrompê-lo, ele não impede a entrada daquilo que chama as crianças de amigas.
Ele apenas quebra o ritmo.
E quando a música para, algo pior aprende a entrar sozinho