Poemas do Zacarelli
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Père-Lachaise by zacarelli
zacarelli
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Descanse em paz poesia No útero das pedras, tuas árvores sombrias As tuas lápides escondem segredos Páginas de inspirações adormecidas Para onde vão as lágrimas Que por ti escorridas? Para onde vão os pássaros E suas fúnebres sinfonias? As tuas terras que tragaram A nobreza das artes e as poesias... As tuas gavetas que acomodam Os deuses celebres da imortalidade Quando vomitarás dos teus seios Tamanhas preciosidades? Mas eu não! Observo a chuva escorrer No concreto gelado das tuas entranhas Ouço um silêncio ensurdecedor Na terra dos esquecimentos E rogo para que as tuas jazidas Cessem de preenchimentos. Observo o cair da tarde No fosso das faces violentadas Interpreto um ser que perdeu a alma No palco acinzentado da saudade Declamo um poema da morte Em detrimento da vida. Um pouco mais E já não podeis chorar por mim Estou de visita Como a faz a noite todos os dias De alguma forma, em qualquer coração Eles farão as suas festas. Mas eu não! Se queres saber quem eu sou? Acabo de nascer, na terra do esquecimento Eu sou o amor, a dor, a morte... Que descansa em um epitáfio Em forma de poesia. Marcelo Zacarelli São Paulo, 21 de Dezembro de 2013.
Subterfúgio by zacarelli
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Para onde quer que fujas, sou tua Dá o teu amor a outrem, e verás que insisto Não poderás ir longe, me levarás contigo Na tua alma, impregnada e severa... Te inclinaste para me adorar, tardiamente Ousaste me excitar apunhalando-me a alma E guardastes no túmulo uma insígnia O meu coração que sangra... Sim, mesmo à hora da morte, serei ainda tua Pertenço-te, sou tua, tua maldição Me escolhestes ainda menina e imperfeita As tuas investidas serão desculpas evasivas... Esperarei até que estejas saciado do amor das outras Elas se embriagarão das tuas incertezas E verás que eu estarei ali, cravada em tua carne viva Tu verás e não poderás fugir da tua cela... Amar-te-ei então, como te amei outrora Não sei viver sem o cinismo da tua volúpia Encarcera-me no mais profundo absurdo E me profanas exacerbadamente... Essa insensível frieza contra mim, tu lanças Queres me esconder, me excluir, me matar Não vês que sou parte de ti, desde tua existência Homem, mulher, carne e sangue... Perdoa-me por te amar ainda Bem o sei, o meu amor é para ti um fardo Meus olhos sentinela dos teus pecados As tuas vontades, navalhas esfaceladas... Estado de espírito são apenas pensamentos Carta de alforria, libertinagem Mas a angústia em si não é bela, é efêmera Enclausura a tua paz, incendeia a tua teia... Que suplício serias para ti viver de aparência No espelho do passado, revelas um rosto desconhecido Tu foges como podes, e deixas rastros subversivos E logo apareces farto, demasiado encorajado... Que sorte por não saberes o que é o ciúme Ele anda contigo como uma sombra e te vigia Eu mesma me encarreguei de enviá-la Ele te habita, te tortura, te faz lembrar de mim... Haverá um tempo em que não existirei mais E te encontrarás liberto, em completo desespero Até mesmo na hora da morte, ainda serei tua Espalharás as minhas cinzas, no âmago da tua veia. Marcelo Zacarelli Village, 30 de abril de 2020.
Cavalos ao Vento by zacarelli
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Poemas de Marcelo Zacarelli...
As Palavras by zacarelli
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