E então foi que notei: ele estava me observando atentamente, anotando mentalmente minhas tentativas de ser elegante e adequada, e dando uma certa impressão de estar se divertindo. Condescendente e desajeitada sim, mas medíocre não. Ele foi o primeiro a falar. - O que a trouxe à Style-s, Amelia? - perguntou com o seu sotaque, igualmente ao meu britânico, não desviando nunca os olhos verdes dos meus. Senti meu corpo se arrepiar por completo ao som da sua voz, grossa e rouca. E então percebi, esse homem era tudo. Um deus grego, um editor de uma revista de moda, britânico... e bem, ele era tudo menos o que eu tinha certeza que seria, o clichê, o óbvio para um editor de moda: gay.

" Ama- lo é como pular de um prédio e se arrepender no último minuto, é como as folhas no outono, suas cores brilhantes e lindas que somem de repente, machuca, definitivamente ama-lo dói, ele é confuso e me deixou confusa também, me deixa uma bagunça, dói no nível que eu paro penso ' ok, eu preciso esquecer esse cara ', mas tentar esquece-lo é a mesma coisa que você tentar conhecer uma pessoa que nunca viu na vida, é impossível, então quando nos vemos não consigo me controlar e quando nos tocamos, é incrível, como se todas as minhas perguntas e dúvidas estivessem sido respondidas, mas aí vem a demolição e nós brigamos, e Deus! Brigar com ele é a mesma coisa que tentar resolver uma maldita palavra cruzada e perceber que nao existe resposta. Eu sinto que eu não posso viver sem ele, mas ao mesmo tempo eu vejo o quão tóxico esse ciclo vicioso é. Somos uma bomba e se explodirmos vamos machucar a todos, mas viver sem ele é solitário, frio, é escuridão. "