Gabigol agora veste azul. Letícia ainda sangra vermelho e preto. Ela jurou que nunca mais iria a um jogo só por ele. Mas quando Flamengo e Cruzeiro se enfrentam no Maracanã lotado, lá está ela - entre amigos, cervejas e mágoas engolidas a seco. E então acontece: o olhar dele. No meio do aquecimento, cercado por vaias e aplausos divididos, Gabigol ergue os olhos - e encontra Letícia na arquibancada. Ele sorri, daquele jeito safado que ela conhece bem. E ela sente o estômago revirar... de raiva, claro. Ou quase. O jogo é quente, nervoso, tenso. O placar está empatado. Pênalti para o Cruzeiro. Ele cobra. Ele marca. E na comemoração, faz a festa com a torcida celeste - mas só por protocolo. Porque o olhar dele já sabe onde pousar. Letícia. E ali, entre milhares de pessoas, só existem dois. Ela, ferida de orgulho. Ele, com o ego inflado... e os olhos famintos. Ela jura que o odeia. Ele nunca deixou de querer provocá-la. E quando a entrevista pós-jogo termina, a diretoria libera o vestiário, e os corredores do estádio se tornam mais silenciosos... Letícia se pergunta: será que ele ainda sabe o caminho até o coração dela? Ou será que agora ele vai fazer questão de invadir?