- Vai ver umas lives dessa garota. Dizem que é uma terapia moderna, irmão. Ronan clicou por puro deboche. Até ver... ela. A garota de olhos azuis, bochechas coradas e sorriso doce, vestida de coelhinha - com um sotaque brasileiro adorável e um jeito de olhar para a câmera que parecia atravessar a tela. Algo dentro de Ronan quebrou. Ou despertou. - Você é... minha, agora. - sussurrou, quase com ternura. E a outra voz dentro dele respondeu: - Que coelhinha fofa. Vamos ver quanto tempo ela aguenta quando a gente for buscar. Ronan sofria de transtorno dissociativo. Quatro personalidades o habitavam, além dele mesmo. A primeira era doce, obsessiva, infantil - que queria "amar" Júlia como uma boneca de porcelana. A outra, cruel, possessiva, sarcástica - que queria dominá-la e destruí-la aos poucos, como um brinquedo pessoal.