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Do Morro Ao Mar
No coração do Rio de Janeiro, onde as vielas estreitas escondem histórias que nem todo mundo conhece, Jungkook vive na correria. Criado na favela, ele cresceu sabendo que o mundo não era gentil com quem não tinha dinheiro ou sobrenome forte. Malandro, ligeiro, sempre com a camisa do Flamengo e um boné jogado pra trás, ele aprendeu cedo a sobreviver. Entre as ladeiras e os becos, ele faz suas entregas, tenta não errar, porque errar significa castigo, e castigo na quebrada não é bronca de mãe, é tapa na cara. Mas Jungkook não queria isso pra vida toda, só não sabia como sair.
Do outro lado da cidade, onde as ruas são mais largas e a brisa do mar traz um cheiro de protetor solar, Jimin vive um cotidiano completamente diferente. Filho da zona sul, artista desde pequeno, ele passa os dias desenhando na areia de Ipanema. O Rio dele é o do sol batendo na pele sem pressa, do mate gelado e do biscoito Globo, das cores vibrantes e dos turistas que pagam caro por uma caricatura engraçada. Jimin não xinga igual aos outros cariocas, fala manso, mas não menos intenso. A praia é seu refúgio, sua tela, seu espaço de liberdade.
Quando os caminhos desses dois se cruzam, o choque de mundos é inevitável. Jungkook, com a malícia da favela, se encanta pelo jeito leve de Jimin. Jimin, com sua arte, se vê preso no olhar intenso do garoto da Juliete e do sorriso torto. Mas a vida não é tão simples quanto um desenho na areia - porque, no fim do dia, a onda sempre vem e apaga tudo.
E algumas marcas, por mais que se tente, não desaparecem tão fácil.