MahMariano5
Ano de 1690. Os oceanos, impregnados pelo cheiro acre da pólvora e pelo lamento incessante das marés, pertencem ao terror de Barbarossa e de sua filha, Camila Cabello, a mais jovem e impiedosa capitã já vista nas águas atlânticas. Herdeira legítima do Queen Anne's Revenge - colosso de madeira escura e velas tisnadas pelo salitre - ela fora moldada não pela maciez das salas cortesãs, mas pelo estalar dos chicotes no convés, pelo ardor das batalhas noturnas e pelo ofício cruel de sangrar inimigos. Seu destino estava traçado: governar os mares com a mesma fúria de Netuno, esmagando os reinos que ousassem enfrentá-la.
Entretanto, o destino, esse ardiloso escriba de ironias, decide brincar com sua soberba. Ao lançar-se contra Havana, pérola espanhola engastada no Caribe, Camila não buscava mais do que ouro, rum e recrutas que lhe perpetuassem o império marítimo. Havana, naquele tempo, exalava odores de especiarias, açúcar recém-moído e suor de escravos; suas ruas estreitas, ladeadas por casas caiadas, tremiam sob o rugido dos canhões piratas. O chão se cobria de estilhaços, o ar ardia com o fumo das arcabuzadas, e os sinos das igrejas repicavam num desespero metálico que mal conseguia abafar os gritos de civis aterrados.
No auge do saque, quando as tochas incendiavam armazéns e os guizos de ferro arranhavam a noite tropical, Camila encontra o inesperado: Lauren Jauregui. Primogênita de William Bolton Jauregui, capitão implacável da Marinha Real ingles a, a jovem estava em Havana ao lado do pai, o homem que mais ambicionava extinguir o nome de Barbarossa da história dos mares. Lauren, educada nos rigores aristocráticos, trazia nos olhos verdes um misto de altivez e assombro, como se desafiasse a própria morte.
O encontro não foi mera coincidência: foi colisão de mundos antagônicos. A lâmina de Camila reluzia sob a lua quando sua voz - rouca de rum e marés - ordenou o sequestro. O choque de suas presenças abriu uma fissura no tem