BEATRIZ Não sou romântica. Nunca fui. Gosto de ter o controlo, a vantagem e - quando me apetece - companhia para umas noites mais... práticas. O que não preciso? De um rapaz com ar de certinho, princípios morais e mais contenção emocional do que sentido de humor. Mas o Miguel apareceu. Com a sua calma irritante, os olhos que parecem ver demasiado, e um beijo tão desajeitado que me deixou a pensar nele durante semanas. Se isto acabar mal - e vai - a culpa é dele. Obviamente. MIGUEL Eu não costumo meter-me em confusões. Prefiro pensar antes de agir, ouvir antes de falar e manter a vida simples. E depois conheci a Beatriz. Ela esconde-se atrás do sarcasmo, da provocação, dos jogos. Mas eu vejo mais. E, contra toda a lógica, quero ficar. Mesmo quando ela faz de tudo para não deixar. Só que há coisas que não se controlam. Nem com cuidado. Nem com razão. Muito menos com distância. No meio de jogos, medos e desejo... alguém vai perder o controlo. Ideia original de Hanna R.

Sempre acreditei que teria amigos para sempre. Um amor para sempre. Não é essa a história que nos vendem nos filmes? As personagens principais apaixonam-se, erram um bocadinho... e vivem felizes. Mas a vida real não é assim. Há amizades que traem. Relacionamentos que se desmoronam. E, às vezes, a culpa é mesmo nossa. Depois de tudo o que fiz, fugi. Mudei de país, vesti uma nova pele, fingi que podia começar do zero. Que o passado não me seguiria. Mas a verdade é que podemos mudar de cidade, de casa, de idioma - e continuar a fugir de nós mesmos. Foi quando conheci o Frederico que tudo vacilou. Ele via-me. Queria conhecer quem eu era de verdade, mesmo quando eu própria já não sabia. Mas eu sou feita de hábitos. E o meu preferido sempre foi fingir. Fingir que está tudo bem. Fingir que não me importo. Fingir que é só teatro. O problema é quando o coração começa a querer viver a história a sério. Todos os direitos reservados História original de Hanna R.