DiFafitto
Quatro reinos reinavam no mundo, um com honra gélida no coração, outro com ouro e muita corrupção, o terceiro, em paz que jamais foi real e o último, de trono sombrio e temido, reinava o medo, rancor e o desespero.
Cada coroa, um pecado velado, cada império, em sangue banhado, mas, longe da guerra num véu de floresta, nasce uma criança, serena, modesta. Seu riso calava o rugido das lanças, seu olhar tecia ternas esperanças, mas sob a doçura, descia um aviso: o presságio envolto num tímido sorriso.
Os reis, ao longe, sem ter explicação, temiam aquilo que negavam em vão: a centelha esquecida, o brilho que dança, o nome proibido da velha esperança.