PriestlyVibes
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A chuva batia contra as janelas como se o próprio céu chorasse. Miranda Priestly entrou em casa exausta, tirando os sapatos com a pressa de quem ansiava apenas por um pouco de silêncio. Mas o que encontrou foi o oposto.
Na sala, suas filhas estavam à espera. Caroline e Cassidy, com apenas quinze anos, tinham os olhos vermelhos e as mãozinhas trêmulas. O cheiro delas um misto de lágrimas, mágoa e abandono dominava o ar. Caroline, a pequena alfa, apertava um bilhete amarrotado contra o peito como se fosse arma ou escudo. Cassidy, a ômega, escondia-se parcialmente atrás da irmã, os olhos marejados brilhando na penumbra.
- O que houve, meninas? - perguntou Miranda, a voz baixa, mas carregada de instinto materno. O peito da ômega apertava, já pressentindo a resposta.
Caroline respirou fundo, a postura já ereta como a de um alfa em confronto. Sua voz saiu embargada, mas firme:
_ Nosso pai foi embora. Disse... disse que não aguenta viver mais um segundo com a fria e megera Miranda Priestly._O silêncio que se seguiu pareceu esmagar as paredes da casa. Miranda mal teve tempo de reagir antes que Caroline, com o instinto alfa latejando, a atravessasse com outra acusação:
_ Por que tudo de ruim que acontece com a gente você sempre está no meio?_Miranda engoliu em seco. Tentou sustentar a coluna ereta, como sempre fazia no trabalho, como fazia diante de todos que ousavam subestimá-la. Mas diante da própria filha alfa, a armadura parecia despedaçar-se.
- Não fale assim comigo - ordenou, a voz firme, ainda que por dentro estivesse em ruínas.
O estalo da discussão explodiu como
relâmpagos na tempestade lá fora.
- Por que você não morre de uma vez e deixa a gente ser crianças normais?! - gritaram Cassidy e Caroline em uníssono, a voz da ômega e da alfa se fundindo num coro cruel que cortou Miranda por dentro.
Mal sabia Miranda que o destino, lhe reservava algo ainda mais devastador. Poucas horas depois, o avião em que embarcaria cairia e