Claronacla
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Aryah sempre foi prática. Tinha respostas prontas para tudo, inclusive para si mesma. Quando perguntavam sobre seus sentimentos, desviava. Quando o assunto era sua sexualidade, ria e mudava de assunto. Dizia que não era "nada disso", mesmo que nem soubesse direito o que "isso" significava.
Confusa, ela vive entre silêncios e autoafirmações que não convencia nem o espelho. Só que tudo começa a ruir - ou a florescer - quando ela percebe algo diferente com Ellie, sua amiga. Não era um amor de filme, nem um drama instantâneo. Era algo mais sutil: um toque demorado, uma risada que fazia o peito vibrar, uma presença que deixava o ar mais leve.
E, de repente, borboletas.
Sentir isso por Ellie não cabe nas certezas que Aryah havia construído. Mas, quanto mais tentava negar, mais os sentimentos escapavam pelos olhos, pelo sorriso, pelos gestos. Era confuso, sim. Mas era real. E, pela primeira vez, Aryah começa a aceitar que tudo bem não se entender de primeira -
O importante é se permitir sentir
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