desconhecido1_eu
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Eu nunca cresci em um berço de ouro, mas minha casa sempre foi repleta de carinho e proteção. Minha mãe fazia de tudo, absolutamente tudo, para me ver bem e feliz. Ela se desdobrava para que eu pudesse cursar os melhores cursos e estudar em escolas onde apenas os filhos dos magnatas da cidade frequentavam. Mas tudo isso era sustentado por um dinheiro que nunca foi dela.
E isso custou minha vida.
Na Coreia do Sul, a divisão entre as classes é intransponível. Os Eupatridas, os donos da fortuna, caminham sobre tapetes de ouro, intocáveis, inalcançáveis. O Distrito do Luxo, seu reduto, é um universo paralelo, um refúgio de ostentação e privilégios que nunca pertenceram a nós. Já os desprovidos, os esquecidos, os condenados à margem da sociedade, fazem de tudo para pisar naquele solo sagrado, ainda que por um instante, acreditando na ilusão de que podem ascender. Mas os Eupatridas nunca dão nada sem um preço. Eles não estendem a mão; eles lançam correntes disfarçadas de oportunidades.
Minha mãe, desesperada por me dar um futuro que nunca foi nosso por direito, aceitou a moeda venenosa. O dinheiro que lhe ofereceram não era salvação, mas uma armadilha. E quando chegou o momento da colheita, os Eupatridas não cobraram dela.
Eles cobraram de mim.
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