Austin respira Gabriel Salvatierra Díaz: cada rua larga, cada edifício impecável, cada reflexo de vidro espelhado parece reverenciar sua disciplina, sua ordem. Aos 32 anos, filho de um texano rígido e de uma imigrante mexicana determinada, ele é o rosto da nova política americana - carismático, jovem, promissor. Nos palcos, nos discursos, nos jantares oficiais, Gabriel é perfeito. Mas sob o terno alinhado, sob o sorriso calculado, arde um desejo que não se encaixa nos moldes de sua vida. Um impulso que se recusa a ser domesticado, esperando alguém que o reconheça, alguém que transforme tensão em prazer, restrição em liberdade. Nova Orleans respira George Hugo Fox: vibrante, imprevisível, impossível de ignorar. Aos 30 anos, escritor francês, órfão desde cedo, ele encontrou na cidade sua pátria de emoções e excessos. Cada luz que dança sobre o Mississippi, cada acorde de jazz nos becos antigos, cada cheiro úmido que se mistura à brisa noturna - tudo parece sussurrar que a vida é feita para ser sentida intensamente. George não escreve apenas histórias; ele lê desejos escondidos, interpreta hesitações, decifra pulsos e olhares, transformando segredos em palavras, e agora, em tentação. Entre Austin e Nova Orleans, o que era político e profissional se dissolve em uma linha tênue de atração. Cada encontro, cada entrevista, cada toque involuntário - um gesto de mão, um olhar que demora mais do que deveria - se torna um risco delicioso. Gabriel sente a própria pele reagir a uma simples proximidade, e George percebe, com precisão, cada tremor, cada respiração irregular, cada desejo contido.