Dizem que à meia-noite, as máscaras devem cair, a carruagem vira abóbora e a fantasia do baile chega ao fim. Mas para nós, a máscara não era uma fantasia. Era a armadura. Era o que nos manteve vivos, e nos trouxe até aqui. Agora, o baile acabou e as máscaras viraram cinzas. E pela primeira vez, o mundo verá quem realmente somos. A questão é: quando a luz do amanhecer nos atingir, a verdade será a nossa maior arma ou a nossa ruína final? Livro 03 da Saga A Regra. Recomendo que leia primeiro A Regra da Sombra e das Flores e seguir a saga desde o começo!

Me Disseram que por trás de toda Fera, há um príncipe esperando por um beijo que quebre o feitiço. Mas na vida real, e aqui, nesta noite sem fim, todos nós somos um pouco Fera. E o beijo não é uma promessa de cura. É uma aposta. Um ato de desafio contra a Regra que nos quer inimigos. É arriscar descobrir não um príncipe, mas um monstro ainda mais perigoso... ou talvez, apenas o brilho frágil de uma estrela na escuridão.

Em Valerion, o futuro de cada cidadão é decidido aos dezoito anos na Academia, onde testes brutais definem seu destino - testes que, para Arryn Noctifer, o herdeiro do Comando, não passam de brincadeira de criança. Este é o cenário perfeito para uma princesa espiã de Terralys, sua Alteza Anya Stellara, tão fisicamente parecida com Elara Astrafleur e Genevieve Bellwerer, se infiltrar em Valerion. Acostumada a máscaras e segredos, sua missão é conhecer seu noivo prometido, Lorien Ashworth, e avaliar a estrutura de poder do regime. Mas a aliança não agrada a todos: no submundo, o Clã dos Assassinos ordena que A Sombra, seu operativo mais letal, elimine o noivo permanentemente. Para complicar, a própria Casa Ashworth tem interesses traiçoeiros na união, algo que o vigilante Capuz já suspeita. Para Arryn, tudo isso é apenas ruído de fundo. Afinal, por que o Clã precisava mesmo tentar matar Lorien? Salvar o noivo de uma viga caindo foi apenas um esforço necessário para evitar a mediocridade de um substituto. E salvar a enigmática Elara de uma facada? Bom, ela fica tão linda irritada, com aqueles olhos faiscando em dourado, que seria um desperdício deixá-la fora do jogo. Para ele, o verdadeiro entretenimento foi a raiva de Genevieve ao ser enganada por Lorien no baile da princesa desaparecida - esse sim foi o ponto alto da noite. Pouco importam os rebeldes que espalham panfletos e as princesas invisíveis. Em um jogo de máscaras, traições e segredos, as linhas entre dever, capricho e uma atração perigosa começam a se apagar. A verdade pode ser a única arma... ou a ruína final de todos. Dizem que no baile, o príncipe usa um sapatinho de cristal para encontrar a donzela cujo rosto verdadeiro ele desconhece. Mas isso é a vida real. E aqui, o baile é uma arena, nós somos as peças e todos usam uma máscara. O sapatinho de cristal não é uma promessa de amor. É o caminho certo para um assassinato. E o príncipe... pode ser o mon

Na história, os príncipes são guiados até a torre pelo canto da donzela, uma melodia de esperança na solidão. Mas meu canto não era uma canção. É o eco de um poder em silêncio, um grito que nem eu sabia que estava dando. Ele não me libertou. Ele só me mostrou o tamanho da torre onde eu sempre estive prisioneira, e me ensinou a torna-la meu refúgio.

Dizem nos contos de fadas que o veneno vem em um fruto brilhante, oferecido por uma bruxa de rosto cruel. A ameaça é óbvia, a maldade, declarada. Mas esta é a vida real. E aqui, o veneno é um sussurro. Ele não é oferecido; ele é plantado no solo de nossa confiança. Ele cresce, disfarçado, não na forma de um fruto, mas na própria promessa de um novo broto. E a praga que ele carrega... não tem a honestidade de matar. Ela apenas nos faz murchar lentamente, por dentro.

Se eu soubesse que lágrimas o curariam, eu derramaria um oceano delas para ve-lo inteiro novamente. Mas isso é a vida real, e na vida real, chorar não cura feridas. O que ele precisa é que eu seja o que ele já foi para mim, ele precisa ser seu próprio porto seguro. E eu vou mostra-lo como se faz.

A bruxa, em sua fúria, toma decisões desesperadas, corta as tranças da donzela, cega o príncipe. Minha bruxa foi mais esperta. Ela não cortou as tranças, ela convenceu o príncipe a cegar os próprios olhos, deixando-o em estilhaços. Agora, sem um caminho claro até a torre, temos que aprender a nos encontrar não por uma escada, mas através dos sussurros entre as ruínas.