Quando conto a minha história para a maioria das pessoas, elas olham para mim com um olhar que traz um misto de tristeza e pena, mas não enxergo assim. Hoje sei que minha missão na Terra foi amar, simplesmente amar, e fiz isso como pude, vivenciando de uma forma que poucas pessoas tiveram oportunidade. Amei como deveria, sorri quando precisava e chorei quando me convenia. Quando conto minha história, é como se eu ainda, de certa forma, estivesse lá. É como se eu entrasse em uma máquina do tempo. Lembro-me de cada detalhe daquele ano: do meu primeiro beijo, do calor do verão, do meu pai comemorando o título brasileiro do Vasco, da brisa marítima da cidade de Santos, das crianças correndo pelas ruas. De tudo Estou em frente ao meu antigo apartamento. A fachada está como era antes, com uma cerâmica azul desbotada. É real. Estou em novembro de 1997...