_Kellixx
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FĂ©lix foi um prĂncipe de um reino prĂłspero que existiu hĂĄ muitos sĂ©culos. No entanto, seu destino foi cruelmente selado por um pecado que nĂŁo era seu. Seu pai, o rei, cometeu adultĂ©rio um ato de traição imperdoĂĄvel, pois a esposa traĂda era filha de um poderoso deus ancestral. Esse deus, inconformado com a dor infligida Ă sua filha, decidiu punir o rei da maneira mais dolorosa possĂvel: amaldiçoando o filho recĂ©m-nascido do casal, o pequeno herdeiro do trono, FĂ©lix.
A maldição foi implacĂĄvel. FĂ©lix cresceu marcado por um feitiço sombrio que o impedia de ser visto pela sociedade. Sua aparĂȘncia, corrompida pela magia divina, o fazia ser enxergado por todos como um monstro. Por conta disso, foi escondido desde a infĂąncia em um lugar esquecido pelo tempo um vasto e mĂĄgico jardim de rosas encantadas, oculto dos olhos do mundo. Cada rosa naquele jardim representava um fragmento de sua vida, e cada pĂ©tala que caĂa era um dia a menos que lhe restava.
Durante anos, FĂ©lix viveu em solidĂŁo, tendo apenas as rosas como companhia, enquanto o mundo esquecia seu nome. A Ășnica forma de quebrar a maldição era atravĂ©s de um verdadeiro amor: alguĂ©m que o amasse nĂŁo pelo que parecesse ser, mas por quem realmente era em sua essĂȘncia. O deus, ciente da crueldade da prĂłpria condição, acreditava que ninguĂ©m jamais seria capaz de amar FĂ©lix daquela forma, especialmente porque o jardim estava escondido por um vĂ©u mĂĄgico, invisĂvel a todos.
A maior tragédia de Félix foi carregar, inocente, o fardo do pecado de seu pai. Condenado por algo que não cometeu, ele se tornou prisioneiro de um destino cruel e injusto uma alma pura enjaulada por rancores antigos. No entanto, mesmo entre espinhos e solidão, a esperança ainda florescia entre as rosas.