Darkbutterfly_120
No sombrio inverno de Genebra, Victor Frankenstein retorna à velha propriedade da família após anos estudando aquilo que nenhum homem sensato ousaria sondar. Carrega nos olhos o brilho inquieto de quem viu longe demais no abismo - e trouxe algo de volta.
Ao seu lado, orbitando como uma sombra que o entende melhor do que deveria, está Eleanor Vale, sua prima, criada sob o mesmo teto e marcada pelo mesmo gosto por perguntas que nunca deveriam ser feitas. Desde a infância, os dois dividem um afeto proibido, desses que parecem antigos demais para resistir, mas intensos demais para morrer.
Quando Victor finalmente dá vida à sua criação - uma criatura alta, disforme, com olhos que revelam mais dor do que ameaça - Eleanor se torna a única capaz de enxergar além da grotesca aparência do monstro. Onde Victor vê erro, ela vê solidão. Onde a cidade vê terror, ela percebe um ser que implora, silenciosamente, por algum tipo de pertencimento.
À medida que a criatura desenvolve consciência, desejo e fúria pelo abandono que sofreu, Eleanor se vê dividida entre o amor inquieto que sente pelo primo e a estranha ligação que nasce entre ela e o ser criado a partir da arrogância humana. Ele a observa, fascinado; ela tenta negar, mas há algo nele - algo quebrado, algo profundamente humano - que a convoca.
Quando o monstro, rejeitado por todos, exige que Victor lhe dê uma companheira, Eleanor percebe que a raiz da tragédia não está apenas na ciência proibida, mas no amor impossível que se formou entre três almas igualmente perdidas.
O destino dos três se entrelaça em uma espiral de culpa, paixão e destruição - e, no fim, Eleanor talvez seja a única que realmente compreende o que significa criar vida... e o preço cruel de negá-la.