eduardohdsouza
𝗖𝗢𝗡𝗧𝗥𝗔𝗣𝗢𝗡𝗧𝗢
Bradley Maioral III acorda às quatro e meia da manhã porque é o que campeões fazem. Pelo menos é o que seu pai sempre disse. Três gerações de medalhistas olímpicos não construíram um legado dormindo até tarde.
O gelo às cinco da manhã é dele. Silencioso. Vazio. Seguro. Ninguém para ver quando ele cai. Ninguém para lembrar que perfeição é exaustiva.
Até que Max Pateta estraga tudo.
Ele aparece com café requentado, equipamento de hóquei no ombro, e aquele jeito despreocupado de quem nunca teve que carregar expectativas de ninguém bruh-. Esqueceu o protetor bucal no vestiário.
Bradley quer que ele vá embora.
Mas Max fica. E continua voltando. Todo dia. Assistindo Bradley patinar como se fosse a coisa mais interessante do mundo. Fazendo perguntas idiotas. Trazendo café péssimo que, inexplicavelmente, Bradley começa a aceitar.
Uma história sobre aprender que "𝙩𝙚𝙘𝙣𝙞𝙘𝙖𝙢𝙚𝙣𝙩𝙚 𝙘𝙤𝙢𝙥𝙚𝙩𝙚𝙣𝙩𝙚" nunca será melhor que "𝙖𝙡𝙞𝙫𝙞𝙤". Que vulnerabilidade não é fraqueza. E que às vezes, a pessoa certa não completa você, ela te dá permissão para finalmente ser você mesmo.
Porque nem tudo pode ser categorizado em planilhas.
E tudo bem.
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📍 𝗔𝗠𝗕𝗜𝗘𝗡𝗧𝗔𝗖𝗔𝗢
Campus Universitário de Spoonerville em Ohio | Inverno Rigoroso
Rinques de gelo às 5h da manhã onde o mundo ainda dorme, lanchonetes com luzes piscantes e waffles que curam almas, arenas de hóquei onde gritos ecoam como libertação, dormitórios com rachaduras no teto que parecem raios cortando gelo.
Um mundo dividido entre a frieza da perfeição e o calor de mãos entrelaçadas.