Destino, Karma, Deus... independente dos critérios religiosos, a vida sempre arruma uma forma de nos disciplinar visando nossa evolução. Com Kahlil não é diferente. Escritora, lésbica, cercada de relacionamentos tóxicos, escolhas ruins em uma intensidade fora do comum, a jornalista busca desesperadamente compreender os emaranhados que se alastram em seu peito. Quando sua vida toma um rumo totalmente diferente, transformando o umbrífero em explosões de cores e sensações, pondo a prova todos os seus valores e convicções, Kahlil se vê presa em uma areia movediça de péssimos hábitos: quanto mais se debate, mais afunda. Em seu âmago, uma única certeza: desta lição jamais esquecerá, assim como os cabelos prateados e o sorriso debochado de Agatha.

"Como o mundo é pequeno!" Diz a maioria das pessoas,como de costume usando ditados populares. E será que é pequeno mesmo? Podiam ser tres milhas nos separando,e essas milhas demorariam uns bons dias pra atravessar. Mas o que é realmente pequeno,é o coração humano. Como seria possível adentrar um coração de pedra,congelante pelas cicatrizes,inabalável pelas experiências já passadas? Seria capaz apenas uma menina,ou um continente todo,capaz de libertar de correntes apertadas,alguém implorando por compreensão? Apenas corra."