Em uma clínica isolada do resto do mundo, dois garotos lidam com suas feridas internas como quem tenta conter um incêndio com as próprias mãos. Após uma tentativa de suicídio, Noah é internado - mais uma página em sua longa lista de diagnósticos: depressão persistente, bipolaridade, borderline, TDAH e autismo nível 1. Aos 16 anos, Noah é um garoto transgênero e demissexual, calado, invisível ao mundo, e cansado de existir. Mas tudo muda quando ele presencia um surto violento de outro paciente: Ian - alto, estranho, sempre escondido sob um moletom preto com capuz e olhos carregados de dor. Ian tem 17 anos. Sempre se considerou hétero, até cruzar o olhar com Noah. A confusão é imediata. Ele nunca conheceu um garoto trans antes, e o desejo que sente o assusta. Irônico, impulsivo e explosivo, Ian vive afogado em paranoia, anedonia, surtos de raiva e o vício que usa para silenciar o que não consegue enfrentar. Desde o primeiro olhar, Noah sente que há algo nos dois que se espelha, se reconhece. Mas nem toda conexão é cura. Às vezes, ela é vício.