Querido Connor... Você ainda não me disse para qual cidade você vai, então eu acredito que vá ficar em Berlim por algum tempo. Eu espero que você não saia de Berlim até essa carta chegar até você, para que você saiba que eu não estou morto e que eu não consigo parar de pensar ou fugir da saudade que eu estou sentindo de você, então eu acho que vou parar de lhe escrever, mas eu precisava avisar, para que você saiba que eu não estou morto. Você é namorado da minha melhor amiga, Connor Franta, e eu não posso continuar com isso. Eu posso continuar pegando as coisas no aeroporto para você, mas não posso continuar lhe escrevendo, e eu acho que não seria prudente se você continuasse me escrevendo.

Troye realmente queria ser mais atento ás coisas ao seu redor, pois talvez assim, ele não entraria em grandes situações que o deixavam entre quatro paredes sem porta alguma de saída. Era tudo que ele pedia: informação. Não o entenda errado, Troye sabia o que eram híbridos e que, provavelmente já devia ter cruzado com vários em seus caminhos. Mas não era como se fosse fácil ser um híbrido nos dias atuais, ainda menos no momento, quando o governo, de alguma forma, havia conseguido implantar a lei de que qualquer híbrido encontrado seria morto no exato instante, cometendo o único "crime" de viver. E, para dificultar ainda mais a situação, se houvesse cúmplices á escondê-los, essa pessoa também seria morta e julgada como culpada por acobertá-los. Ele sempre soube que a forma severa que o governo tratava os seres era muito parecida com medo. Os híbridos nunca haviam feito algo ruim contra alguém, pelo menos no que constavam as histórias contadas por pessoas mais velhas e experientes, e se houvesse um motivo pelo governo querer derrubá-los á todo custo, seria por medo do que eles poderiam fazer já que tem sentidos animais. De qualquer forma, Troye nunca quis ter problemas com qualquer pessoa, ainda menos com o governo, mas não era sua culpa de alguns de seus amigos serem híbridos, certo? E muito menos quando ele se apaixonou por um garoto chamado Connor que, por algum acaso, aconteceu de também ser um híbrido. Troye não poderia abandonar seus amigos e nem mesmo Connor. Então, tecnicamente, quer dizer que se ele estivesse mais ciente das coisas ao seu redor, ele perceberia que eles todos eram híbridos e ao menos se aproximaria, assim evitaria metade dos seus problemas no momento. Mas talvez Troye esteja agradecido lá no fundo por ser tão distraído e não ter notado, principalmente, que Connor era um híbrido quando o conheceu.

"Pelos olhos dele a Austrália era um lugar maravilhoso. E eu nunca estive na Austrália." "Os médicos acham que a mancha no meu cérebro é um tumor maligno que pode me matar a qualquer momento." Troye e Connor não se conheciam, mas eram ligados por uma coisa muito maior que a compreensão. Com um oceano inteiro os separando os dois precisam entender isso sozinhos.