Dagoberto tremia de cabeça aos pés, uma vontade de urinar pelas pernas abaixo vinha e sumia na mesma hora, as tripas revirando as avessas, misturando o café com as broas de fubá amanhecidas, que serviram-lhe de desjejum naquela manhã e pelo jeito que o dia havia começando, seria também o seu almoço.

Encontraram-se numa lanchonete. Um senhor de cabelos brancos e uma jovem de cabelos azuis. Ele azul de indignação com as noticias do caderno de política, ela branca de fome. - Que absurdo! Escuta jovem! Esse presidente sendo comparado com Juscelino! É a mesma coisa que comparar um elefante com uma formiga.

Dá até para contar nos dedos as vezes que ele disse bom dia ou sorriu para um vizinho, nesses últimos anos, estava sempre ali acomodado entre os vãos da grade, com um olhar gelado, feito o ferro fundindo que sustentava a estrutura de pé, as roseiras do jardim sempre frondosas serviam-lhe de esconderijo, na tocaia planejava suas armadilhas e emboscadas, conhecia como poucos a vida e os hábitos da vizinhança e de seus pertences...

Levantei domingo de manhã e sai pela rua, fui procurar o meu cachorro...

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