(...) Curtir Gerard era quase entrar em um barquinho de papel e navegar na direção que uma bússola quebrada escolheu apontar, visto que ele meio que era uma mistura violenta de meios; esses meios que, listados, cobririam todo o Pacífico (talvez até alugassem alguns quilômetros do Atlântico). Meios que, listados em cores diferentes, haveria a necessidade de criar mais cores primárias para mais tons de originarem de, ou quem sabe era só pedir algumas emprestado dos olhos dele. (...) (C) ITMEANSWAR // painting on the cover: "Les Amants", Rene Magritte (1928)

[Manual do sentimentalista: como ser um sentimental em pouco mais de 600 palavras e em uma escrita ruim.] Era sexta-feira e depois de tantas insinuações e conversinhas alienígenas a fim de não entregar tudo de primeira, vocês finalmente ficaram. Foi estranho vê-lo daquele ângulo, ter os rostos tão próximos, às vezes você abria um olho no meio do beijo com medo de ser pego, porque uma vez leu num manual de internet que quem beija de olhos fechados está apaixonado. E ele não abriu os olhos, boa notícia, ao menos enquanto você estava olhando. Não que você não esteja na mesma, apenas quebrou a regra para conferir se não estava entrando em mais um barquinho furado num maremoto do Pacífico. (C) ITMEANSWAR // art on the cover: "La Mort de Socrate", Jacques Louis David (1787)

(...) Depois disso matarei 81 pessoas. Então sim, isso me tornará um assassino. Poderei aplaudir e quem sabe até tomar um copo de champanhe, antes de apontar a arma pra minha cabeça e finalmente terminar com essa coisa toda de vida. (...) (C) ITMEANSWAR // art on the cover: "La Liberté guidant le peuple", Eugène Delacroix (1830)

Enfim, a coisa é. Eu vou matar alguém. Isso independentemente do quão grande ou o quão pequena essa escolha pode ser. Independentemente do quão particularmente bonita a voz de Kurt Cobain soa hoje. Independentemente do quão meu sanduíche esteja hoje. Isso é vingança e eu preciso sentir ela. Hoje eu vou matar eu mesmo independentemente do quão feliz eu possa estar hoje. Gerard Way é um homem morto. (C) ITMEANSWAR // art on the cover: "The Kiss (Lovers)", Gustav Klimt (1907-1908)

Oh, Deus, você simplesmente odiava esses tipos de crise. Essas crises de perguntas filosóficas eram simplesmente uma merda. E então sua mente, finalmente provando que simplesmente era uma droga, te fez lembrar de Frank Iero, que era simplesmente seu amigo bonitinho que vendia discos. (C) ITMEANSWAR // art on the cover: "At Eternity's Gate", Van Gogh (1890)

Na qual a mente de Gerard dá loops e cruza milhares de esquinas por segundo porque é inseguro demais. Frank está ali para fazê-lo acreditar. (C) ITMEANSWAR // art on the cover: "The Old Guitarist", Pablo Picasso (1903)

"Eu não estava caindo por Gerard. E nem ele por mim. Nós estávamos fazendo exatamente o oposto. Nós estávamos nos levantando. E ninguém seria capaz de impedir isso." Gerard Way é um famoso desenhista e editor de histórias em quadrinhos. Está prestes a se casar com uma das mais renomadas arquitetas da América do Norte e possivelmente terá uma vida mais do que perfeita ao seu lado. Possivelmente, pois Gerard não irá ter. Way acaba fugindo do casamento antes do esperado e revela um segredo que esconde desde a adolescência. Gerard, que vê a vida de forma sistemática e monótona, decide seguir sozinho e reconstruir sua vida de outra forma. Até conhecer Frank Iero, um estudante de música, aspirante a rockstar e completamente o seu oposto. Falante, inquieto, bagunceiro e extremamente barulhento, Iero vê a vida de uma forma completamente diferente de Way. Quer que o mundo cante suas letras e vive para sua música, mesmo com todas as dificuldades que aparecem diante de seus olhos. Frank acaba precisando sair do apartamento de seu primo e pede ajuda a Mikey, seu melhor amigo, para arranjar algum lugar temporário, até que se estabilize. Mikey acaba convencendo o irmão a ceder seu quarto de hóspedes para Frank e, com apenas com algumas horas de convivência, Gerard já vê seu mundo virado de ponta a cabeça com a presença do rapaz. Gerard poderia se arrepender e desistir da boa vontade em ajudar o amigo de seu irmão facilmente. A não ser por perceber, pouco a pouco, que Frank é exatamente o que ele precisa para reconstruir a si mesmo.