mariaclaramv
Poucas vezes nos defrontamos com narrativas tão contundentes quanto esta que nos trás o "Diálogo com um Executor".
No que consiste esta força? - o caro leitor poderá perguntar - O que trás este livro que outros livros espíritas não trouxeram?
Como muitos outros livros espíritas (kardecistas ou não) o "Diálogo" fala em lições de vida reconhecidas após a morte, fala em elevação espiritual, fala em mazelas da natureza humana submetidas a processos de purificação. Ou seja, trata de temas comuns dentro da literatura espiritualista.
E onde está a novidade?
Em primeiro lugar, o fato de tratar-se de uma psicografia ditada por uma entidade que até então servia unicamente na execução da Lei Maior, sintonizada nas vibrações de ódio e vingança, desvinculada de qualquer preocupação com as ações por ele desencadeadas. Através do autor material desta obra, Mário Ventura começa seu trabalho de elevação espiritual, despertando para a Umbanda como o caminho para "construir a sua torre iluminada".
Outro aspecto, que não é novo nos livros psicografados por Rubens Saraceni, é a crueza com que as mazelas humanas são apresentadas, contrariando uma espécie de regra geral que existe no meio espiritualista segundo a qual os caídos são despertados para a Luz a partir da sublimação de sua consciência. Neste, como nos outros livros do autor, o despertar é dolorido e ocorre somente após um processo longo e penoso de esgotamento das emoções negativas.
Este pequeno livro é um convite para uma reflexão profunda a respeito de quem somos em nosso intimo, quando conduzidos por nossas fantasias e nossas pequenas, ou grandes, perversões. Poucos conseguirão lê-Ia de um fôlego, pois o incômodo que sua leitura desperta demonstra a nossa precariedade.