mahe663
Lá estava ele, correndo pela chuva numa noite fria. Um ponto de ônibus nunca pareceu tão aconchegante.
Enquanto esperava um ônibus qualquer passar para que pudesse ir para casa ele encontrou uma espécie de caderno no banco do ponto.
"Quem hoje em dia ainda faz um diário?" Lembra de ter se perguntado ao abrir o mesmo.
Não leria, seria invasão. Mas suas mãos coçavam para ler nem que fosse uma pagina e também não faria mal, faria? Poderia até devolver se descobrisse o nome do dono ou da dona. Estava decidido, iria abrir.
Qual não foi sua surpresa quando, ao abrir, encontrou um diário de bordo de um suicídio. Escrito pelo próprio suicida.
Talvez um ou dois ônibus tenham passado, mas ele estava concentrado demais nas tristes palavras do rapaz depressivo. Na última página escrita havia um horário e uma data com a palavra "morte" escrita na frente.
A data? O mesmo dia em que ele estava. O horário? Faltavam 15 minutos para o horário do suposto suicídio.
Havia um porém, na data não havia o ano, mas por que se preocupar com isso? Ou com a caligrafia ser tão bonita e com a aparência tão antiga? Por que se preocupar com isso a ele podia salvar uma vida?
Foi com esse pensamento que ele correu até uma ponte próxima dali, a mesma que era narrada no diário, sentindo uma estranha dor no peito. Talvez essa dor fosse pela corrida ou pela respiração ofegante, ou talvez fosse pelo sentimento ruim de reconhecimento pelo que foi lido no diário.