(Esse livro é uma continuação de Alcateia) Quando se perde um grande amor, inicia-se um processo de luto. Cores vibrantes são postas de lado, enquanto a monocromática realidade paira como um buraco negro. As memórias passam a ser armas letais, mas, que por algum motivo continuam a nossa disposição. Como um gatilho para as emoções mais traiçoeiras. Por fim, todas as possibilidades se reduzem a nada. É nesse cenário nada convidativo, que Kahlil decide atravessar o deserto dos seus sentimentos em busca de respostas. Essa jornada, sem promessas e sem volta, lhe reserva um universo de surpresas. No entanto, danos irreparáveis exigem medidas inconsequentes. Renascendo das chamas que um dia lhe cremaram, Kahlil está determinada a mudar o próprio destino, isolando-se não do mundo, mas em si mesma.

Destino, Karma, Deus... independente dos critérios religiosos, a vida sempre arruma uma forma de nos disciplinar visando nossa evolução. Com Kahlil não é diferente. Escritora, lésbica, cercada de relacionamentos tóxicos, escolhas ruins em uma intensidade fora do comum, a jornalista busca desesperadamente compreender os emaranhados que se alastram em seu peito. Quando sua vida toma um rumo totalmente diferente, transformando o umbrífero em explosões de cores e sensações, pondo a prova todos os seus valores e convicções, Kahlil se vê presa em uma areia movediça de péssimos hábitos: quanto mais se debate, mais afunda. Em seu âmago, uma única certeza: desta lição jamais esquecerá, assim como os cabelos prateados e o sorriso debochado de Agatha.