RicardoVergueiro1
Cidade de Clareares.
Num futuro e distante NORMAL, o ar, o sol e a chuva tornaram-se venenos para a pele. A taxa de contaminação (em torno de 90% nos invernos) transformou a vida ao relento perigosa para quem sai à rua sem sua "página de rosto".
Com mutações climáticas repentinas a cada ano, a solução encontrada foi a adoção compulsória dos rostos-máscaras para os deslocamentos. Respirar em silêncio já não era impossível afinal. Comer, beijar, sorrir... tudo em público volta a ser confortável.
"Páginas de rosto", tecnologia incensada pela indústria, subsidiada pelos governos, assimilada pela moda e celebrada pelas práticas: rostos naturais vestidos como segundas peles, com templates étnicos combinados a macacões personalizados por fashionistas.
Mas um estranho imunologista está prestes a desenvolver uma nova melanina e um imunossupressor pulmonar capazes de eliminar a dependência dos acessórios. Sua ambição promete ainda quebrar duas décadas do mercado bilionário de "páginas de rosto". Para isso ele precisará de um exército de cobaias. Ou da sede de aplausos de um ator frustrado.
Um longo e perigoso caminho terá de se abrir até que a última camada de pele seja removida e um rosto verdadeiro seja visto novamente à luz do dia.
Nota: cada palavra ou frase deixada num comentário será usada para dar sequência. A história seguirá com um capítulo novo toda semana. Se rolar participação será ainda melhor!
Se quiser, venha e provoque, tente, participe...