Mãos de Sangue
Annelawrencewriter
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Ele estava desesperado, e aos poucos se dava conta de que a possibilidade de sair dali era praticamente inexistente para um de nós. Seu problema, de longe, seria lidar com a morte. Ela certamente viria. No entanto, a dúvida que fazia seus olhos queimar enquanto a vida lhe escapava aos poucos era o quanto ela demoraria a chegar.
Fiquei por um momento admirando sua angústia e até me permiti escapar uma risada de deboche antes de preencher por completo sua boca com o lenço encharcado do Whisky velho que ele havia pedido para nós. Amarrei uma parte da meia calça em torno da cabeça só para garantir que não faríamos barulho demais.
Em instinto ao prazer que aquilo me causava, o beijei por cima da boca completamente tampada. Aquela demonstração sádica pareceu perturbá-lo um pouco mais desta vez. Alcancei o plástico que havia levado e deixado propositalmente na mesinha da cabeceira e envelopei sua cabeça em um único movimento. Seus olhos agora pareciam querer saltar, como se quisessem por si tomar o oxigênio que já não alcançava mais os velhos pulmões.
Enquanto agonizava e sem que percebesse, peguei o canivete de volta e perfurei-o de forma limpa e precisa. Seu corpo agora tencionava com a dor causada pelo objeto que se acomodava em meio as suas costelas. Foi questão de poucos minutos em contato com a dor e já estava desacordado. Mas aquele não era o fim, e sim o começo!
Afrouxei o plástico, e usei um pouco de álcool para fazê-lo consciente de novo. Seus olhos, um pouco mais aterrorizados, se abriram. E ali, recomeçamos nosso joguinho, que de longe estava perto de acabar.