Caminhando sempre sobre o fio que separa os espíritos aprisionados na carne daqueles libertos dela, os exús tocam seus interesses enquanto cumprem com seus deveres enquanto mensageiros entre o Orun e o Aye. Andamos cercados por esse jogo, ele nos permeia e , quando menos esperamos se revela. Alguns tem olhos de ver e ouvidos de ouvir, podem notar o que acontece, mas para compreender só estando na Gira de Exú, só falando a Gíria de Exu. George e seu filho Sandro são policiais, com vícios e virtudes como todos. Com mais vícios, como a maioria. A vida deles sofre uma reviravolta depois de serem pegos em um jogo de gato e rato promovido por entidades responsáveis por ligar o Órun ao Aye, que enquanto cumprem esta missão, tentam também garantir seus próprios interesses.

O mundo está em crise tecnológica. O Brasil acaba de se tornar uma ditadura socialista e é privado do mundo lá fora, mas a fome e miséria e pobreza continuam. O exército brasileiro está agora nas ruas das grandes cidades do país, impondo "ordem". Até que chega um provável anarquista - ou anti-socialista - e é apelidado de Ases pelos policiais e soldados, por suas ações lembrarem muito o vilão das histórias em quadrinho. Ases começa uma guerra contra a ditadura, e desenvolve grandes armas tecnológicas. As ruas do grande Recife se vêem em total ruínas após o ataque terrorista inicial do Ases. Ele é idolatrado pelo público brasileiro e ganha popularidade internacional. Depois de Ases matar todo o seu esquadrão, o único sobrevivente, o soldado Elvis, se vê na obrigação de deter o maluco anarquista. A luta entre Ases e Elvis começa. Quem ganhará, a ditadura ou o anarquismo psicótico?

Texto originalmente escrito como roteiro para um curta, que nunca cheguei a gravar. Adaptado como conto, baseado nas manifestações que antecederam a copa no Brasil.

Acordamos todos os dias, vivemos respirando e recebendo ordens, mas, nunca pensamos exatamente na parte não vivida da vida, aquela parte que não vivemos, com medo de viver.