Todos os dias no trajeto até o hospital onde trabalha como neurocirurgião, Meliodas vê a mesma mulher de cabelos longos e prateados assistir o despontar do sol sem ao menos piscar. A solidão que exala dela sempre o deixou curioso para saber mais do porquê tanta melancolia. Apenas não contava que durante um dos amanheceres onde está indo trabalhar, ele a vê prestes a pular da sacada do sobrado onde mora. Decidido a tentar evitar a tragédia ele invade a casa desconhecida e corre até a sacada como se sua vida também dependesse disso. - Não olhe pra baixo. - Ele diz ofegante após ultrapassar o limiar da porta de vidro. - Desça daí para conversarmos. Aquelas intensas orbes heterocrômicas lhe fitam com certo pesar e ela sorri. - Ninguém é de ferro, somos programados pra cair. Em choque o médico vê de antemão o corpo magro inclinar para trás e apavorado a agarra pela mão, pouco importando que seu quadril agora sangra por bater numa parte de ferro do parapeito. - Eu não te deixarei cair. Entretanto algumas coisas não podem ser salvas, não quando seus destinos já estão traçados. Inspirado na música Amianto do Supercombo.