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Era 17 de setembro
As lâmparinas de Cortez iluminavam a pequena cidade que, por sua vez, permanecia animada como de costume. Eu estava na varanda da janela de meu quarto, apreciando a bela lua cheia. Naquela noite senti um vento forte e gélido bater contra a minha pele, um vento tão gelado quanto ao piso de madeira de carvalho, o qual eu pisava, senti também o tecido macio do meu vestido passear contra a minha perna. E ao uivar da noite, em uma pedra grande que se localizava na minha esquerda, eu vi o meu Amor.
Na pedra mais alta em meio a floresta mais escura que havia por perto, ele estava lá como prometido, observando a mesma lua que eu. Seus cabelos negros e espetados, com uma franja um tanto quanto inusitada que cobria o seu olho direito, então eu o vi direcionar seu olhar para mim, com aqueles olhos cor de mel... Aqueles olhos que diziam " Venha, minha pequena, eu lhe protegerei ".
Eu não podia ir, eu sei que não pudia.
Mas eu fui, fui como se não houvesse o amanhã.
E o amanhã não haveria.