luluh2_4
O ar da floresta, frio e úmido com o orvalho da madrugada, carregava o aroma terroso de pinho e musgo. A luz do alvorecer mal ousava perfurar o dossel denso das árvores, mas ali, no coração da toca mais protegida, havia uma clareira de calor.
Aninhado em uma cama macia de subpelo cremoso, envolto em um tecido que parecia mais uma pétala caída, jazia um recém-nascido. Seus pulmões ainda estavam cheios com a fragilidade de apenas alguns dias de vida, e ele dormia com a rendição absoluta da inocência.
Flanqueando-o, não estavam humanos, mas os guardiões de uma linhagem antiga. De um lado, o Lobo Alfa, seu pelo cinza-dourado tão denso que formava uma manta protetora, o olhar de âmbar daquele predador supremo fixo na pequena face sonhadora. Do outro, uma loba de pelagem mais clara, quase branca, que roçava a ponta do focinho no topo da cabeça do bebê em um gesto de ternura que desafiava todas as leis da natureza.
Eles o haviam encontrado. Abandonado, talvez, ou trazido a eles por uma força que a matilha apenas instintivamente reconhecia como "destino".
O Alfa inspirou profundamente, e o ar que exalou era um sopro quente, desgrenhando a franja fina da criança. Este era Rook. Não um de sua espécie, e ainda assim, dele. O elo era silencioso e profundo, gravado nas estrelas, selado no sangue, e incompreensível para o mundo além dos limites da toca.
A floresta, que a todos parecia selvagem e cruel, era para Rook o mais seguro dos berços. Pois o primeiro som que seus pequenos ouvidos captaram não foi uma canção de ninar humana, mas o uivo suave e profundo de sua nova família. A vida de Rook não começaria com contos de fadas, mas com o sussurro da matilha e a promessa de que, nesta terra, o seu destino estaria para sempre entrelaçado com a força e a magia dos lobos.
Gostaria que eu continuasse a história de Rook e sua família de lobos?