Luke não era viciado em sexo. Na verdade, era viciado em endorfina. Ele precisava de feniletilamina, um peptídeo que se ativa também com perigo, paixão, risco ou medo. Mas não, ele não queria nenhuma dessas coisas. E eu? Eu só tinha que fazer o meu trabalho. Porém, sorrateiramente, me surgiu a urgência de tentar arrancar alguma reação dele. Algo que despertasse aqueles químicos vermelhos em seu sistema. O problema de tudo era que eu estava no inferno. E o diabo era mesmo um anjo.

Quando um acidente tira de Beatrice seu irmão, ela precisa aprender a lidar com a perda e a culpa que sente. Por um tempo ela se afasta da vida que costumava ter, fugindo dos costumes e das pessoas que antes lhe rodeavam. Um ano depois do acidente, ela precisa voltar para a cidade, mas não tem onde ficar, por isso não recusa quando o amigo de seu falecido irmão lhe oferece um quarto no apartamento que ele mora com os outros amigos. Decidida a começar uma nova vida e superar o passado, Bea tenta lidar com os moradores do apartamento que lhe ofereceram como abrigo. O que dificulta a situação não é só ter que dormir no quarto que antes era do irmão, mas sim lidar com Luke Hemmings, antigo melhor amigo de Michael e que também a culpa pelo acidente, não a tolerando dentro do apartamento. Além da dor do passado, Beatrice ainda lida com os perigos do presente, tendo então, naquele apartamento, o porto seguro que precisava.

Luke e Maya não tinham uma boa relação. Eles podiam viver na mesma casa, podiam conviver por horas, podiam cuidar dos irmãos juntos, mas eles realmente não tinham uma boa relação. Maya era a boa garota. O prodígio, o orgulho de sua mãe. Já Luke era o problema na vida de seu pai. O irresponsável, o revoltado. Eram como água e vinho. Será mesmo? Será que Maya sempre foi a boa garota? Será que Luke sempre foi o problema? Será que eles eram tão diferentes assim? A relação entre eles eram inevitáveis. Eles viviam na mesma casa, conviviam por horas, cuidavam dos irmãos juntos. A relação era inevitável.