PRINCE_29SS
Eu sou a vilã.
O monstro a quem culpam por famílias despedaçadas e rostos marcados pela escuridão.
Eu sou o eco da dor, o sussurro que chega antes do luto.
E se algum dia mostrar fraqueza, aqueles que amo morrerão.
Aprendi a vestir as sombras como armadura - não por escolha, mas por necessidade.
O meu pai afirma ser o rei legítimo.
Eu sou apenas a sua arma, moldada como isco - a armadilha perfeita para conquistar a confiança do príncipe, fazê-lo acreditar em mim... e abrir-lhe o coração... e, com ele, os portões do palácio.
Enquanto o príncipe se rende às minhas mentiras, o meu pai avança para reclamar o trono que diz ser seu por direito.
Cada palavra minha corta mais fundo do que uma lâmina. Cada sorriso esconde uma ferida que nunca sara. Há perigo em fingir demasiado tempo - por vezes, o acto torna-se verdade.
E quando o príncipe me olha com bondade, a teia que teci começa a desfazer-se.
Se o amar, perco tudo à minha volta.
Se mentir, perco-me a mim própria.
Talvez essa seja a maldição de toda vilã - morrer pela verdade que nunca deveria contar.