─── ✸ NO LIMIAR ENTRE A VIDA E A MORTE, em um Tóquio vazio onde cada esquina se torna palco de sobrevivência, Rei Morikage desperta para um mundo que não compreende. Irmã de Kuina e marcada pela mesma disciplina das artes marciais, Rei não é apenas punhos e instinto, sua mente afiada lhe dá domínio sobre os jogos de copas, onde corações são expostos e máscaras despedaçadas. Em meio à cálculos e cicatrizes, ela aprende que não basta lutar com o corpo, é preciso sobreviver também com a alma. É nesse cenário que surge Shuntaro Chishiya, o médico de sorriso felino e olhos tão frios quanto a própria cidade abandonada. Um homem que trata vidas como peças descartáveis, movendo pessoas como se fossem meros números em um tabuleiro. Entre eles nasce, não uma atração, mas um ódio mútuo, ela o vê como um manipulador sem coração, ele a enxerga como um obstáculo irritante, alguém que não se deixa dobrar. Mas o Borderland tem um modo cruel de unir destinos. Em um jogo de espadas, o sangue mancha as mãos de Rei não por matar, mas por salvar, e Chishiya, ferido e vulnerável, descobre o desconforto de depender de alguém. Ela cuida dele com frieza, dizendo que é apenas estratégia, mas cada olhar demorado, cada silêncio partilhado, abre fissuras no gelo que os envolve. Rei e Chishiya se odeiam porque se reconhecem, dois sobreviventes que não confiam em ninguém, dois jogadores que não toleram perder. Ainda assim, a hostilidade lentamente se transmuta em algo mais complexo, algo que nenhum deles ousaria nomear. Em meio à melancolia das noites sem estrelas, no ruído distante dos jogos que ceifam vidas, cresce um sentimento tão perigoso quanto qualquer carta do baralho.

EM MEIO ÀS SOMBRAS DO PROJETO SENTINELA, onde vidas humanas foram transformadas em meros experimentos, nasceu Astrid Hellström. Sueca de origem, e marcada por uma força além da compreensão, ela foi escolhida para dividir o mesmo destino que Bob Reynolds, tornar-se recipiente de um poder que jamais deveria ser despertado. Nos corredores frios do laboratório, entre dor e silêncio, Astrid e Bob encontraram um no outro a única âncora possível, uma ligação que ultrapassava a carne, que unia suas almas ao mesmo abismo cósmico. MAS ENQUANTO REYNOLDS FOI MOLDADO COMO O PERFEITO SOLDADO, Astrid foi considerada instável. Seu dom, manipular qualquer ser com o toque da própria pele, era devastador, mas consumia sua energia vital, levando-a ao limite entre a vida e a morte. Para Valentina Allegra de Fontaine, Astrid era apenas uma falha, uma peça descartável em um jogo maior. Foi deixada à sarjeta, apagada como se jamais tivesse existido. O mundo acreditou que ela havia sucumbido.

Depois de anos afastada do karatê, Calista Silver, enteada de Terry Silver, vivia uma vida aparentemente comum. Sua relação com o padrasto sempre fora complicada. Após sua prisão e a queda do Cobra Kai, ela escolheu enterrar seu passado, longe do peso do nome "Silver" e das polêmicas que o cercavam. Mas a tranquilidade durou pouco. Terry Silver, agora um homem livre e sedento por redenção e glória, voltou para a vida de Calista com um novo objetivo, construir algo ainda maior.

Nascida das águas mais escuras e antigas do oceano, Calipso Jones jamais teve o direito de escolher seu destino. Ela não foi apenas filha, foi consumada a partir de uma maldição. Sua mãe, uma deusa aprisionada em corpo humano como castigo dos deuses, e seu pai, o temido Davy Jones, outrora homem, agora uma criatura com tentáculos e um coração trancado a sete chaves, selaram o fado da filha antes mesmo de seu primeiro suspiro. Desde os primeiros anos, Calipso conheceu a fuga. Caçada por aqueles que desejavam capturá-la, usá-la ou destruí-la, viveu como um animal selvagem, escondida entre fendas nas rochas, ruínas costeiras e navios quebrados pelo tempo. Para sobreviver, apagou sua identidade e criou uma nova, Calista Winter. Um nome comum, sem peso, sem herança. Cali, o apelido que sempre lhe foi familiar, ainda a seguia, mas agora sem o eco sombrio do nome Jones, temido tanto por homens quanto por criaturas do mar.