Mate-os, antes que criem raízes.

Minha última dança revela minha alma, todos os passos são minhas escolhas. Em movimentos lentos vejo o contraste da rapidez da vida e a eternidade da melodia. O rosto sem expressão guarda tudo que quis falar e não falei, mas me arrependo. A última dança me representa em cada detalhe, é o melhor de mim.

Martírio é sofrimento, é fé, sentimento. Uma aflição, resultado de uma luta, tormento. Revela nosso interior, o que pensamos sobre um assunto e como lidamos com as coisas. Uma coletânea de pequenas histórias com este título, sugere que a cada capítulo há uma experiência humana, linda, pura e legítima. Assim como o amor, a dor é sentida. Em pontos de vista diferentes existem muitas interpretações, complexos sentidos. Mas o principal objetivo é que, da mesma forma que desejamos o nosso bem, possamos nos aproximar daquilo que nos fez mal e enxergar sua influência na vida, no aprendizado e no crescimento de nossas almas.

Se Martírio é o estado da dor, Lassitude é seu ápice. O ápice onde esta dor se torna um vazio sentimental, a vontade de tentar e viver se une ao frio do inverno e então congela. Torpor, indiferença, ausência de lamento. Aceita-se sua realidade e, debruçada sobre o medo de erguer-se, imagina ser o fim. Lassitude reúne contos diferentes com o mesmo contexto: o estado abatido de uma alma que não quer mais lutar. Não há tristeza, não há esperança e nem o amor próprio. Se vive de momentos, se tem angústias. Tanto faz.

Uma palavra de sensações temporais e atemporais. Encontro de um eu no passado e no presente, no compasso do mundo. Énouement é esse espelho que reflete a criança que fui e o que não quero voltar para contar que me tornei. Daqui para frente serei apenas um novo álbum de memórias em forma de poema.