Desde que Sophia aprendeu a andar sem cair de cara no chão, Finney já estava ali para segurá-la pelo braço - e, convenhamos, nunca mais soltou. Eles cresceram na mesma rua, dividiram o mesmo lanche, o mesmo fone de ouvido e, em certos dias, até o mesmo castigo. As mães deles, melhores amigas desde o colégio, sempre diziam que os dois eram "como irmãos". Mas, se alguém olhasse bem, dava pra perceber que havia algo diferente naquele "como". Enquanto os outros achavam que Sophia e Finney eram inseparáveis por amizade, o universo sabia a verdade: eles eram inseparáveis por tudo o que não tinham coragem de dizer. Ele decorava o jeito que ela prendia o cabelo quando estava nervosa. Ela sabia que ele fingia gostar de matemática só pra ajudá-la com as provas. Nenhum dos dois falava sobre isso, claro. Seria um desastre - afinal, quem quer arriscar perder o melhor amigo por causa de um coração teimoso? E assim os anos passaram: entre risadas, confidências e olhares longos demais para serem inocentes. Mas chega um momento em que o silêncio pesa mais que a palavra não dita, e o que sempre foi "quase" começa a pedir pra ser "real". A pergunta é: o que acontece quando dois melhores amigos, apaixonados em segredo desde sempre, finalmente descobrem isso? Talvez tudo mude. Ou talvez seja só o começo da história que eles sempre fingiram que não estavam vivendo.