Se eu fizesse parte de um videogame, toda vez que me matassem eu provavelmente deixaria cair uma cartela de antidepressivos, uma lata de cerveja trincando de gelada e um montão de questões do tipo que eu faço para minha psicóloga - além de munições para sua arma, claro. Mas é basicamente tudo o que sei sobre mim mesma. Minha psicóloga acha que eu deveria me aprofundar mais nessa questão, mas estou muito ocupada tentando pagar as contas em dia para que as minhas amigas não me matem enquanto durmo. Romance é o meu passatempo favorito; posso ter levado uma rasteira feia dele, mas ainda temos nossos momentos bons. Só não me peça para lidar bem com todos os sentimentos confusos que nascem disso... Acho que já deixei claro que tenho mais dúvidas do que certezas.

introdução ao pensamento psicótico do autor devo ser um artista. acho que van gogh nem chega aos meus pés. pablo picasso claramente era um amador. obviamente nenhum deles era tão artista quanto eu. nenhum deles era tão silencioso quanto eu. nenhum deles era tão calado quanto eu. estou sempre espreitando, observando, me afastando até que minha presença já não se faça mais presente. sou um fantasma, sempre assusto as pessoas quando estas percebem, depois de um infinito tempo, minha presença. sou um artista dos mais subestimados. porque dominei a arte de me apagar da existência. dominei a arte de silenciar.

Há quem diga que mulheres como elas "dão choque", só se for uma colisão de afeto.

Olhar e transformar em conto poético, esse é um projeto do Júnior Ferreira. Contato: jun_pdv@yahoo.com.br