Porque não existia uma realidade, uma guerra, uma briga ou uma razão que impedisse Harry Potter de amar e odiar Draco Malfoy.
Éramos um hábito.
Que jamais poderia ser quebrado.
E meus olhos caíram novamente para a foto, e então pude apontar finalmente o que parecia estranho na mesma.
Ele sorria.
Alguém com o meu rosto havia sequestrado Draco Malfoy.
E havia, com o meu rosto, feito ele sorrir.
Naquele instante, eu tive completa certeza que meus pais teriam odiado Harry Potter.
E eu sabia disso, porque eu havia amado cada mínimo detalhe sobre ele.
Se alguém se atrevesse a enfrentar todas as fases de Draco, perceberia que eram apenas como pequenos muros que impediam de chegar no ouro. Eram máscaras protegendo o eu de verdade, que estava escondido.
E você só percebia que havia se apaixonado por ele após passar por todas elas e ver que não tinha como simplesmente voltar atrás.
A realidade é que Harry Potter era a pessoa mais chata que eu já havia conhecido em toda a minha vida.
E contrariando todas as probabilidades...
Eu o amava exatamente por isso.
Apesar de tudo, eu gostava de olhar as flores.
Eram sempre doces, sempre belas, sempre admiráveis espetáculos da natureza, que encantavam até a mais perversa das almas.
Elas eram como Harry.
E eu as amava.
Todo e qualquer homem nos sete mares tinha medo das fabulosas e misteriosas sereias.
Mas é claro que para toda regra havia uma exceção, e Harry James Potter era uma delas.