KaelVoren
Eles não nasceram da terra, mas da luz que se quebrou em mil pedaços quando o céu chorou. Eram chamados de Caídos do Céu, almas errantes que traziam no olhar a lembrança das estrelas e no peito o calor de um fogo eterno.
Diziam que cada um deles carregava consigo uma promessa não cumprida dos deuses, e por isso foram enviados ao mundo dos homens. Mas, ao tocarem o solo, não se tornaram desgraça - tornaram-se poesia. Caminhavam entre nós como se cada gesto fosse dança, como se cada palavra fosse música, e onde passavam, os corações batiam mais rápido, como se recordassem um amor esquecido de outras vidas.
Alguns os temiam, outros os veneravam, mas ninguém conseguia ignorá-los. Havia algo de divino em seus sorrisos, algo de eterno em seus olhos. Estar diante de um Caído era sentir-se nu diante do infinito: belo, frágil e imortal ao mesmo tempo.
E no segredo de suas almas, havia sempre um anseio - o desejo de amar, pois o amor era a única ponte que podia fazê-los retornar às estrelas.