Melancolias do Jovem Morto
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Ongoing, First published Mar 07, 2017
Aquela lápide já estava ali há muito tempo. Ela era tão antiga, que nem mesmo os mais antigos moradores das redondezas conheciam quem a pertencia. Feita de pedra antiga, as manchas escurecidas e os desgastes feitos pelo tempo sublimavam quaisquer datas e frases de despedida que um dia estivessem gravadas ali. Havia apenas uma palavra, vista apenas por olhos atentos, que alimentava o mistério da lápide desconhecida.
      "Nuntius".
    Os curiosos logo foram tomados pelo enigma. Registros foram investigados, livros de história foram revirados. Mas não havia nem mesmo um vestígio de alguém na pequena cidade com tal nome.  O tempo passou. Logo todos se afastaram do mistério, e a lápide de Nuntius tornou-se apenas uma lenda perdida no tempo.
     Até as cartas começarem a aparecer.
     Todos os anos, no dia dos finados, as religiosas famílias visitavam seus entes mortos para orar por eles e homenageá-los. Foi justamente em um desses dias, em uma tarde gélida e mórbida, que algo intrigante passou a acontecer naquela cidadezinha. Cartas foram encontradas na velha lápide de Nuntius. Papeis simples, dobrados poucas vezes, exibindo uma elegante caligrafia em tinta negra. No início de cada texto sempre havia a mesma frase, como que um bordão do remetente.
     "Leia meus versos, amigo..."
     E então se seguia, logo abaixo, poemas que despertavam sentimentos inexplicáveis nas pessoas que os liam.
     O mistério da lápide de Nuntius retornou quando as buscas pelo autor dos versos se encerrou. Não havia ninguém naquela cidade com uma caligrafia como aquela, e nenhuma pessoa ali era alfabetizada o suficiente para compor textos. As cartas eram guardadas. Mas ainda assim, nos anos seguintes, novos papéis surgiam deixados na velha lápide sem nenhuma explicação.
     Algumas pessoas acreditavam que o remetente era o próprio Nuntius tentando contar a eles a sua história.

Capa feita por @Srta-Marshall
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Festa do Pijama

34 parts Complete

Em "Festa do Pijama" os poemas são carregados de metáforas para explicar a ansiedade e a depressão e como passar por períodos em que tudo parece desinteressante e sem esperança. Ao contrário do que a capa sugere, a única medicação da qual o livro faz uso são as palavras para expressar medos, anseios e frustrações. "Festa do Pijama" não é um livro obscuro, mas traz luz e reflexões sobre as vulnerabilidades habituais humanas. Destaques para "Festa do Pijama", "Peter Pan", "Coroa", "Interruptor", "Meu Quarto", "Café", "Rapsódia Ansiolítica", "Nu", "Monstro No Corredor" e "Sangue Seco".