A família Dante Maia esconde um grande segredo. Não é novidade alguma para qualquer morador da minúscula e pacata cidade de Clareira de Misé, onde os ventos têm ouvidos e, onde há não muito tempo atrás, uma famosa curandeira - ou bruxa, como todos passaram a se referir - chamada Aurora Maia, despertou as fugazes falácias do povo daquela região, sobre seu envolvimento com feitiçaria.
Essas histórias, contadas e recontadas, se transformaram em um emaranhado de invenções populares, até receberem o estatuto de verdade absoluta e passaram a perseguir a família. Especialmente Samanta e Mabel, as filhas de Aurora que, mesmo após perderem a mãe, ainda muito pequenas, tiveramm que aprender a lidar com a sombra do passado da mesma.
Para ambas, o que seria decididamente infames boatos daquela gente e parte do folclore de Clareira de Misé, torna-se um profundo mistério a ser investigado, após descobrirem acidentalmente em uma noite, que há muito mais do que velharias da sua falecida mãe no quartinho proibido dos fundos da casa.
❈ Essa obra tem os direitos autorais da autora. Plágio é crime.
❈ Obra concluída.
❈ História completa em duas plataformas: Hinovel e Amazon.
#VENCEDORTHEWATTYS2022 |
"O corpo.
As palavras soam como um estalo na minha mente.
Olho para Daisy e Cassie no banco de trás, ainda assustadas, pálidas como se tivessem visto um fantasma. Destravamos os cintos e saímos do carro, ficando instantaneamente sóbrias, correndo na direção de Sarah, que está parada há alguns minutos diante do corpo jogado de barriga para baixo no meio da rua, nos impedindo de ver o rosto. (...)
Cassie se ajoelha e checa o pulso do garoto jogado diante de nós. Já sabemos a verdade, mas torcemos para que seu coração ainda esteja batendo. Torcemos para que ainda haja esperança.
Mas não há.
Ela vira o corpo para cima para vermos o rosto. E lá está ele: Dylan Hastings, de olhos abertos, mas não vivo. Há sangue espalhado por todo o seu corpo, e recuo para trás assim que vejo. Seus olhos, que mais cedo estavam sorridentes, agora já não expressam nada além de um enorme vazio. Sinto uma pontada no estômago. A qualquer momento posso vomitar.
Dylan Hastings está morto. E nós somos as responsáveis por isso."